Responsável por ataques sistemáticos contra a empresa BBF nos últimos meses, crimes que vem cometendo desde 2015, segundo registros policiais, Paratê Tembé e o pai dele, Lúcio Tembé têm contas a acertar com a Justiça do Pará; julgamento do processo criminal de mais de 700 páginas está previsto para julho/Fotos: Divulgação. 

Líderes indígenas acusados de uma série recorrente de crimes desde 2015 contra o patrimônio da antiga empresa Biopalma e agora a BBF, com efeitos danosos sobre trabalhadores e as comunidades de Tomé-Açu e Acará vão para o banco dos réus por decisão da Justiça do Pará.

O Inquérito 0000329-55.2016.8.14.0076, que tramita no Tribunal de Justiça do Pará e tem como réus o cacique Lúcio Tembé e o filho dele, Paratê Tembé – lideranças indígenas que desde 2015 praticam os mesmos crimes perpetrados contra a antiga empresa Biopalma, adquirida pela BBF em novembro de 2020 -, detalha uma série de crimes praticados contra a empresa. A coluna teve acesso ao processo nesta semana.

Dentre os crimes tipificados no processo constam associação criminosa, furto qualificado, dano qualificado e incêndio qualificado, configurando uma atuação recorrente envolvendo os mesmos indivíduos em desfavor das empresas, dos trabalhadores e das comunidades da região. O processo, que se arrasta há oito anos na Justiça, já ultrapassa a barreira das 700 páginas detalhando os delitos cometidos por Paratê Tembé e seus comparsas contra a Biopalma, ex-subsidiária da Vale, e, agora, a empresa Brasil BioFuels, a BBF, e está com audiência marcada para o dia 13 julho deste ano.  

Um dos documentos que compõem o inquérito é o Relatório da Polícia Federal N° 3553885/2022, que integra o Inquérito Policial 2022.0023227-SR/PF/PA, instaurado em 12 de abril e concluído em 26 de setembro de 2022, conforme a coluna já relatou.

O relatório aponta que existe atuação criminosa na invasão de terras por indígenas Tembé em áreas da empresa e conclui tratar-se de “pessoas agindo em causa própria e cometendo crimes patrimoniais contra a empresa, sem quaisquer indícios de interesses da comunidade indígena, uma vez que restou cristalino que os crimes vêm sendo cometidos por indivíduos alheios à comunidade indígena que se utilizam do retromencionado status para o cometimento de crimes com interesses pessoais”.

O crime compensa?

Então, ficam as perguntas: o crime compensa? Até quando Paratê e seus comparsas permanecerão impunes?

Com a palavra, a Justiça do Pará.

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