Ex-superintendente do Incra em Marabá, o atual deputado estadual Aveilton Sousa atribui a paralisação de serviços à estratégia da nova direção do Instituto de desqualificar o governo Bolsonaro, que entregou 60 mil títulos definitivos de terra na região/Fotos: Divulgação.

Produtores do sul e sudeste do Pará denunciam que a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, em Marabá, está há três meses com a maioria dos serviços inativos por falta de internet. Sindicatos de diferentes cidades se mobilizam para pedir a intervenção do Ministério Público Federal no órgão, diante do número de pessoas que se deslocam de municípios da região até Marabá e não com a cara na porta. Sem internet, sem serviço.

Problema de ‘paternidade’

Para o ex-superintendente do Incra na região, o hoje deputado estadual Aveilton Souza, não se trata de internet: como cerca de 3 mil processos de entrega de títulos definitivos de terra estão concluídos e prontos para entrega, a atual direção do Instituto retarda propositalmente os serviços para, quando a entrega for feita, não haver associação ao governo Bolsonaro, quando o serviço foi todo feito e a documentação, legalizada.

Números apontam titulação

Esses novos títulos são remanescentes do trabalho que entregou, em dezembro de 2022, 573 títulos definitivos de terras a famílias de Marabá e região. De acordo com levantamento do próprio órgão, entre 2019 e 2022, mais de 35 mil títulos foram entregues. O Pará é o Estado com o maior número de agricultores regularizados e titulados pelo Incra. Já foram mais de 100 mil documentos, 60% na área da Superintendência Regional 27, em Marabá.