Prestes a deixar o comando da Secretaria de Ciência e Tecnologia do governo Helder Barbalho, como possível candidato a cargo eletivo nas eleições de outubro, o professor Carlos Maneschy passou um recado com endereço certo e reconhecido: a atual Reitoria da Universidade Federal do Pará, isto é, ao antigo pupilo e aliado, professor Emanuel Tourinho. O fato ocorreu durante o lançamento da terceira chamada do Programa Forma Pará, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém, com a presença do governador, alunos, professores, reitores, prefeitos, deputados e outras autoridades.
A velha história da gratidão
O reitor Emanuel Tourinho é criatura de Maneschy, como sabe toda a comunidade universitária, mas optou por um desvio de rota desde que foi feito reitor, indicado por Maneschy. De lá para cá, no curso de quatro anos do primeiro mandato e até hoje, primeiro ano do quinto, aboletou-se nos braços da esquerda a ponto de romper relações com o ex-reitor e de expor a magnificência do cargo tanto em questões paroquiais quanto nacionais. É a velha história: “gratidão é um fardo que se despacha na primeira esquina”.
Comunidade universitária cobra
Desde o início deste ano, o reitor Emanuel Tourinho, que se indispôs com meio mundo político, inclusive com o governo Bolsonaro, tem sentido o torniquete apertar a partir de decisões do Ministério da Educação e da Procuradoria-Geral da União que é obrigado a adotar na Universidade e que a comunidade acadêmica não aceita – passaporte vacinal e a exigência de ponto eletrônico para o pessoal técnico e administrativo, entre outras medidas. Na ponta mais frágil da corda, Tourinho é cobrado a reagir, mas não pode, aumentando a fila de insatisfação dos eleitores que trabalharam pelo seu segundo mandato. A pergunta é: deixando o governo, Maneschy retornará ao trabalho na UFPA?