A Assembleia Legislativa do Pará é, por assim dizer, dona legítima da indicação do nome que irá ocupar a vaga do conselheiro Nelson Chaves no Tribunal de Contas do Estado a partir do próximo dia 10. Contudo, por motivos para lá de óbvios, deverá abrir mão desse direito, dando-o de bandeja ao governador Helder Barbalho e consolidando a posição de subserviência absoluta ao chefe do Executivo. Faz parte do jogo, alguém haverá de dizer. Vá que seja, mas, como diz o ditado popular, “quem muito se abaixa, o fundo aparece”. Não à toa, suas excelências têm sido bombardeados pelas mídias sociais e pela população por se comportar de modo tão servil, aprovando goela abaixo tudo que o governo manda.

Manda quem pode, ora bolas

Empoderado pelo silêncio sepulcral daqueles que a população elegeu como representantes, o governador Helder Barbalho segue impávido e colossal, dia após dia pavimentando o caminho da reeleição, protegendo amigos e pisoteando adversários sem olhar para trás no melhor estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Ann Pontes é bola da vez

Nessa batida, nenhum deputado manifestou publicamente qualquer interesse pela vaga de conselheiro, enquanto o governador, segundo se comenta, tem em suas anotações quatro nomes: Hana Ghassan, atual secretária de Planejamento e Administração; Ann Pontes, ex-deputada e mulher do ex-chefe da Casa Civil de Helder Parsifal Pontes – preso pela PF por supostos malfeitos com dinheiro da pandemia; o cartorário e amigo de longa data Luiziel Guedes e o deputado estadual Júnior Hage. Ann Pontes tem a preferência desde o dia em que o marido foi preso e ela cobrou providências de Helder, em pleno Lago Azul.

Reputação e notório saber

Os pré-requisitos para candidatos a cargos nos tribunais de contas são cantados em prosa e verso desde que as cortes foram criadas: reputação ilibada e notório saber jurídico. Até agora, a primeira indicação do atual governador do Estado para um Tribunal de Contas foi a do vice-governador Lúcio Vale, sobre quem pesam denúncias de desvios de recursos públicos.