Os distritos de Icoaraci e Outeiro estão mais para lixão a céu aberto, como a maior parte da Região Metropolitana de Belém, mas, no caso de Icoaraci, a empresa Tramontina não deixa barato e cobra ações efetivas da Prefeitura de Belém/Fotos: Tramontina-Redes Sociais

“Morta de vergonha” diante de clientes, inclusive representantes de grandes players, Tramontina admite que já cogitou sair de Belém e pede providências urgentes e sustentáveis à gestão Ed 50.

Com 2,5 milhão de habitantes, a Região Metropolitana de Belém gera anualmente 803 mil toneladas de lixo urbano, o equivalente a mais de 2 mil toneladas de lixo por dia, segundo dados da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos. Avaliado em R$ 1 bilhão, o processo licitatório para coleta do lixo de Belém vem se arrastando por ajustes sem fim para “atender requisitos legais”, conforme se justifica a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol.

A concorrência pública segue sem data certa para acontecer, embora o Aterro de Marituba tenha o mês de agosto deste ano como prazo de validade. O Tribunal de Contas dos Municípios do Pará homologou, em março deste ano, medida cautelar monocrática determinando que a Secretaria de Saneamento de Belém enviasse relatório mensal sobre o trâmite do certame, que deveria ser executado em até 120 dias.  Não se teve notícia se o envio de relatório foi o que motivou a corte a classificar a Secretaria como “omissa”.

Lixo inunda Icoaraci

A coleta de lixo domiciliar em Belém é executada através de dois lotes: o primeiro, vai do Souza ao Guamá, sob responsabilidade da empresa Terraplena; o segundo, da Pedreira até Icoaraci-Outeiro, é de responsabilidade da empresa Belém Ambiental. Chama atenção a quantidade de fotos e vídeos enviados às redes sociais e à coluna dando conta das montanhas de lixo vistas nas ruas e logradouros de Icoaraci, Outeiro e arredores.

“Virou um inferno isso aqui” – protesta a doméstica Maria de Lourdes, 47 anos, residente à avenida Augusto Montenegro -, acrescentando que “a coleta da prefeitura não tem dia nem tem hora para acontecer, provocando essas cenas grotescas”.

A coluna tentou obter junto a empresa Belém Ambiental explicações para o fato de haver tanto lixo espalhado nas ruas da “Vila Sorriso”. Resposta: “As informações solicitadas podem ser obtidas junto à Secretaria de Saneamento, não havendo previsão contratual para que prestemos esse tipo de informação”.

Negócio comprometido

A população dos distritos de Icoaraci e Outeiro não tem a quem recorrer, mas um inquilino de grande porte, com instalações em Icoaraci, decidiu botar a cara na janela: a Tramontina. Em nota dirigida ao prefeito de Belém e secretarias, com texto curto e certeiro enfeitado com mais de 20 fotos, a empresa acusa o problema que, para o bom entendedor, afeta toda a Região Metropolitana de Belém.