O deputado federal Beto Faro recorreu à maquinha e concluiu que sua estrutura política, com quatro mandatos a seu favor – o próprio e o do deputado federal Airton Faleiro; e dois estaduais, representados pela mulher dele, Dilvandra Faro, e o deputado Carlos Bordalo – tem musculatura suficiente para lhe garantir a reeleição e até a eleição de Dilvandra Faro à Câmara Federal, ainda que com o sacrifício da candidatura Airton Faleiro, que concorreria à vaga na Assembleia Legislativa, mas não encontra, até agora, elementos suficientes para se eleger ao Senado, mesmo com o propalado apoio do governador Helder Barbalho – sem falar que foi beneficiado pela estratégia do governador pela qual a secretária de Cultura, Ursula Vidal, estaria fora da disputa pela vaga. A opção de Helder por Beto Faro é pretensiosa: Ursula aparece com 14% das intenções de voto no Estado e 24,5% em Belém e região, contra 2% das intenções de voto para Berto Faro ao Senado.
Ser ou não ser, eis a questão
Para Beto Faro, portanto, o busílis está em ser ou não ser candidato ao Senado, situação já avaliada por segmentos do PT nada simpáticos à sua candidatura e para quem a desistência poderia até ser provocada por setores da própria agremiação, abrindo vaga a outro concorrente ou aprovando a reeleição de Paulo Rocha. Beto Faro morde a corda, mas não estaria sozinho no dilema chamado “disputa ao Senado”. O que se diz é que o ex-prefeito de Ananindeua Manuel Pioneiro, outro candidato à vaga com promessa de apoio do senador Jader Barbalho, passou a integrar, discretamente, a lista de Helder para ocupar a vaga aberta pelo conselheiro Nelson Chaves no TCE – mas também aí existiria candidato “apalavrado” com o governador, por razões que vão além do “notável saber jurídico”.