Avaliação é de que prefeito de Belém segue dando sua cota de contribuição ao governo do Estado e à reeleição de Helder Barbalho, mas assimila os desgastes dentro da esquerda para assegurar sua candidatura à sucessão, sendo Helder reeleito ou não nas eleições deste ano/ Fotos: Divulgação.

Uma das mais novas leituras do quadro político paraense coloca o atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, eleito pela segunda vez ao cargo – a primeira pelo PT, a última pelo Psol, com apoio do governador Helder Barbalho -, na linha sucessória do próprio governador, ou de um eventual sucessor, a partir das eleições deste ano, “doa a que doer”, inclusive ao governador. Convém antecipar que a leitura é feita por integrantes da esquerda paraense e ajuda a explicar, de certo modo, o atual momento político, no qual Helder “investe” em ações na capital como que “atropelando” seu aliado, impondo seu estilo “quem pode, pode, quem não pode se sacode”. É a força da grana, em outra palavras.

Um de olho no outro

O que se diz é que o Helder Barbalho sabe das intenções do prefeito de Belém, tanto quanto Edmilson Rodrigues sabe das contraintenções do governador do Estado – que não são favoráveis ao prefeito. Quer dizer, o governador trabalha com outras hipóteses, no caso de lograr êxito nas eleições de outubro, e em nenhuma delas consta o nome do aliado circunstancial – não à toa, Helder vem gastando estratégias que resultaram, por exemplo, na vacância da vice-governadoria, automaticamente aberta para ocupação do atual presidente da Assembleia Legislativa, o fiel deputado Chicão Melo. O vice-governador eleito, Lúcio Vale, agora no TCM, por assim, perdeu o prazo de validade para Helder.

Livre pensar é só pensar

Para Edmilson Rodrigues, porém, “é chegada a hora”. Alega que já colaborou com Helder em campanha anterior e manterá seu apoio à reeleição, embora isso lhe custe o desgaste já manifestado em alguns setores da esquerda. Além disso, Edmilson “se acha”: não identifica outro candidato com densidade eleitoral, importância e influência para lhe fazer frente no cenário paraense, muito pelo que considera o “esfacelamento da direita”. Segundo a leitura, o prefeito sabe muito bem as razões das investidas do governo do Estado na capital, e pretende tirar proveito do que for possível. Ao final e ao cabo, parece latente que Helder e Edmilson são amigos em público e adversários dos bastidores. A conferir.