Ex-prefeito de São Miguel do Guamá, o empresário Antônio Doido recebeu uma injeção de recursos do R$ 50 milhões do governador Helder Barbalho no evento de filiação de novos integrantes do MDB, ocorrido na sede do Rancho, no bairro do Jurunas, na última quinta. Antônio Doido deve “torrar”, literalmente, essa dinheirama para tentar conseguir vaga à Câmara Federal, mesmo depois de deixar São Miguel terra arrasada por conta de uma gestão de escândalos. Observadores da cena avaliam que a estratégia do governador tem tudo para dar “com os burros n’água”, como no caso da derrota de Antônio Doido para o atual prefeito de São Miguel, Pio X, que derrotou o poderio do adversário com estratégias políticas bem elaboradas.
Vem aí a “república minerária”
Quem parece ter chances de conquistar vaga na Câmara Federal é o supersecretário do prefeito Darci Lerman, de Parauapebas, Keniston Braga, que acompanhou o gestor em recente e polêmica viagem a Dubai e também está sendo cobrado pelo MP sobre gastos com dinheiro público. “Podre de rico”, como se diz, Keniston não faz economia para se eleger. Outro candidato à Câmara filiado ao MDB nesse dia é o ex-prefeito de Canaã dos Carajás Jeová Andrade. Ele e Lerman ameaçam frontalmente a liderança política da família Chamon na região e alinham projeto político capaz de controlar as duas mais ricas prefeituras do País. Detalhe: ao invés de lançarem duas candidaturas federais, Lermen e Jeová optaram por uma dobradinha, com um federal e um estadual, mas ainda falta decidir quem abrirá mão da vaga – Jeová Andrade, ou Keniston Braga.
Tudo junto e misturado
Resumo da ópera: o quadro preocupa não apenas o deputado estadual Chamonzinho. Ao se juntar ao prefeito de Tucuruí, Alexandre Siqueira, com a candidatura da primeira dama, Andréia Siqueira à Câmara Federal e do ex-prefeito Waldoli Valente, de Cametá, à Assembleia Legislativa, Chamonzinho espalha problemas para outros figurões do MDB com assento em Brasília, entre eles o deputado José Priante e a deputada Elcione Barbalho – que já tem no seu encalço nomes como Alessandra Haber, mulher do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, a própria secretária Ursula Vidal e outros menos votados.
Igreja ressuscita Vá Martins
Quem ganhou fôlego no Republicanos foi o deputado federal Vavá Martins, agora que o partido está sob a gestão de Evandro Garla. A ordem de apoio ao parlamentar partiu do bispo Randal Brito Júnior, um dos mandatários da Igreja Universal, para quem a eleição de Vavá Martins é uma questão de honra. A direção nacional da Universal não aceita ficar sem representação da igreja do Pará na Câmara Federal. O próprio deputado estadual Fábio Freitas, que perdeu força política dentro e fora da igreja, deve se reeleger, mesmo com votação menor, pois a candidatura prioritária nesse momento é a de Vavá Martins.