O empresário Lutfala Bitar e o ex-reitor da UFPA e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do governo Jatene Alex Fiúza de Melo já integram o ‘Conselhão” em governos anteriores do PT. O empresário da indústria gráfica Ronaldo Maiorana, porém, não mantém boas relações com a direção da Fiepa/Fotos: Divulgação.

pièce de rèsistance de reuniões de trabalho, almoços, convescotes e jantares envolvendo empresários e executivos em Belém, ontem, foi o que pareceu, para muita gente, o surpreendente convite do senador em fim de mandato, Paulo Rocha, do PT, ao empresário e presidente- executivo do Grupo Liberal, Ronaldo Maiorana, para integrar o Conselho de Desenvolvimento Social Sustentável do novo governo Lula.

Em linhas gerais, pelo que a coluna apurou, não cabe surpresa nem no convite e muito menos na pronta aceitação: Ronaldo Maiorana tem o que todo político gosta – o chamado quarto poder.

A notícia, a primeira, publicada em três tópicos na prestigiada coluna Repórter 70, dá conta de que Ronaldo Maiorana aceitou o convite ‘com muito orgulho e humildade e estou pronto para ajudar no desenvolvimento do País com minha experiência empresarial e industrial’.  Em certo trecho da informação, Ronaldo lembra que, ‘no primeiro mandato do presidente Lula, o poder de consumo das classes D e E aumentou’ e aponta como um dos indicativos ‘o fato de que uma parte da população teve acesso, pela primeira vez, a refrigerantes’.   

De fato, além de explorar a indústria gráfica, através das rotativas do jornal “O Liberal”, negócio de família, Ronaldo Maiorana incursionou na área de fabricação de refrigerantes e sucos e produção de shows. De alguma forma, o curso das atividades parece ter sido interrompido com as mudanças ocorridas no comando das organizações e a substituição de Romulo Maiorana Junior, quando Ronaldo assumiu.

Paraenses no ‘Conselhão’

Antes de Ronaldo Maiorana, o chamado ‘Conselhão’ dos governos anteriores do PT teve a presença de dois paraenses – o empresário Lutfala Bitar, um dos expoentes da construção civil no Pará, e o professor Alex Fiúza de Melo, ex-reitor da UFPA e ex-secretário de Ciência e Tecnologia no governo Simão Jatene.  No âmbito da indústria paraenses, o que diferencia os dois conselheiros anteriores e o novo é que Ronaldo Maiorana mantém uma relação – digamos – tumultuada com a Federação das Indústrias e o presidente da entidade, José Conrado, saído também da indústria gráfica e, ultimamente, com o sucessor eleito de Conrado, o engenheiro Alex Carvalho.  

Conflito de interesses

Empresários ouvido pela coluna destacam que essa relação conflitante vem desde a presidência de Danilo Remor na Fiepa. São igualmente conhecidos também – tanto quanto as razões – as relações nada amistosos de Ronaldo Maiorana com o então secretário de Desenvolvimento do governo Jatene Adnan Demachki. Ao contrário, têm sido boas as relações entre o novo integrante do ‘Conselhão’ e o governo Helder Barbalho, mesmo que o jornal da família Maiorana tenha concedido espaços generosos para o governo Bolsonaro. Faz parte.