Quarenta invasores comandados por lideranças que atendem como Jota, Laelson e Paulo Nunes são apontados em vídeo como responsáveis pelo crime, ao qual nem a Polícia Civil e nem a Secretaria de Segurança respondem, apesar dos apelos da companhia e mais de 750 boletins de ocorrência/Fotos: Divulgação.
Trinta vidas estão em jogo na fazenda da companhia no Vale do Acará desde sexta-feira, mas, até agora, pedidos de socorro aos órgãos de Segurança Público do Estado são ignorados.
Segue tensa a situação na Fazenda Vera Cruz, pertencente à empresa BBF, no Vale do Acará, região nordeste do Pará, onde 30 funcionários da empresa são mantidos como reféns por cerca de 40 quilombolas armados. A invasão da fazenda acontece desde a última sexta-feira, 14.
A operação criminosa bloqueou a entrada de alimentos para os funcionários e o transporte de óleo para geração de energia. Os funcionários da empresa são mantidos em cárcere privado pelos invasores. Durante toda a noite de sábado e madrugada de hoje, os invasores consumiram bebida alcoólica, ouviram música e fizeram disparos com armas de fogo, intimidando qualquer aproximação do local. A situação é crítica.
Silêncio culposo
Os criminosos não permitem sequer a entrada de policiais na área. Uma viatura da Polícia Civil do Pará esteve no local ontem à noite, mas os ocupantes foram ameaçados de morte caso voltassem novamente. A empresa BBF já acionou dezenas de vezes, desde a última sexta-feira, os órgãos de segurança pública do Estado, incluindo a Secretaria de Segurança Pública que, diante dos fatos, nada fez e sequer se pronunciou.
Pedido de socorro
Os cerca de 30 funcionários da empresa mantidos como reféns dos invasores enviaram um pedido de socorro que circula pelos grupos da região. Veja na íntegra:
Funcionários Fazenda Vera Cruz
“Nós colaboradores estamos a mercê de quilombolas e indígenas que nos cercaram com bloqueios e não deixam passar nossa alimentação, água, combustível a situação só piora pois o combustível suporta até hoje domingo, a alimentação acabou nós funcionários estamos dividindo merenda e não temos feito a janta pois a escassez de alimentos só aumenta não temos gás estamos usando madeira para fazer fogo, estamos dormindo em colchões no chão muitos de nós estão doentes e debilitados não temos acesso a remédios pois não deixam nem a Polícia Militar passa.
Pedimos apoio urgente dos órgãos competentes estamos clamando por socorro nos ajudem a sair deste local onde estamos todos os dias sendo ameaçados ficamos em cárcere privado quilombolas cercam a sede da fazenda Vera Cruz e disparam armas de fogo e atingem as dependências da fazenda tocando o terror em nós que estamos sem poder sair devido ao bloqueio, pedimos ajuda urgente não temos como resistir mais. Socorro Polícia Militar” (Sis).