Analistas avaliam possibilidades eleitorais de candidatos com base em prestígio político e recursos financeiros com resultados que vão além do estudo publicado com registro no TRE. O balanço aponta para o peso do ‘voto de opinião’ e a eventual conquista de uma sexta vaga do MDB à Câmara Federal/Fotos: Divulgação.  

Abaixo da linha dos candidatos preferenciais do MDB apontados na última pesquisa Doxa há nomes de peso, tanto em prestígio político, quando em recursos financeiros. Nessa faixa se alinham, por exemplo, o ex-supersecretário da Prefeitura de Parauapebas Keniston Braga e a primeira dama de Tucuruí, Andreia Siqueira, que respondia pela Secretaria de Assistência Social do município. Contra eles, porém, pesa a noção de observadores e analistas políticos de que ‘não se elegerão’. O fio de esperança, para eles e para outros alinhados com o governador Helder Barbalho, seria a conquista de uma sexta vaga pelo MDB.   

 “Só os que contam voto em cédulas de reais acreditam que esses dois candidatos têm alguma chance”, avalia fonte da coluna. “Keniston e Andreia vêm de colégios eleitorais pequenos e estão gastando dinheiro em Belém, onde existe algo que eles não entendem: o voto de opinião”, explica. Pelo sim, pelo não, as cartas estão na mesa do jogo político.

Contando história

A última vez que o oeste do Pará elegeu um federal foi Lira Maia, muitas legislaturas atrás. Já o sudeste do Estado elegeu o último federal quando João Salame era prefeito de Marabá e ‘esfolou’ os cofres da prefeitura para eleger o irmão, Beto Salame, fazendo um arrastão nas maiores cidades da região, ainda quando as coligações estavam em vigor.

Estratégia equivocada

 “A fragmentação do eleitorado da região em uma dezena de candidaturas abonadas em uma dúzia de legendas diferentes impede que haja um único jogador que arremate a maioria das fichas na mesa. Cada um ficará com um pouco e por lá mesmo se anularão, já quem não somarão para uma coligação, como ocorreria antigamente. Os eleitos do MDB sairão das seis maiores votações de federal na Grande Belém, indutora de voto com maior densidade eleitoral’, explica.

A sexta vaga em jogo

Mas, candidatos que não estão sob a legenda do MDB e são apoiados pelo governador Helder Barbalho? A esses resta a esperança de que se o partido fizer seis, e não apenas cinco candidatos, conforme o desenho do estudo da Doxa, a janela estará aberta. A avaliação é de observadores da cena política e não atenta necessariamente para as pesquisas registradas no Tribunal Regional Eleitoral. Pode ser mera especulação.

O voto de opinião

 No balanço geral, há meia dúzia de candidatos disputando votos de opinião: à direita, Éder Mauro, Delegado Caveira e Everaldo Eguchi; à esquerda, Ana Júlia, Úrsula Vidal, Vivi Reis e Marinor Brito. Esses candidatos, afora Vivi Reis e Marinor Brito, não disputam entre si. Transitam em faixas diferentes e estão em bases eleitorais distintas. Não é crível que o Psol faça um federal, ou seja, o partido não tem chapa para levantar 230 mil votos, que é a linha de corte.

A prova dos nove

O PT deverá eleger dois, estando na disputa Ana Júlia, Airton Faleiro e Dilvanda Faro. O MDB fará seis, com a chapa sendo puxada por Alessandra Haber e Elcione Barbalho, ou vice-versa. Os seis mais votados entrariam. Estudos envolvendo Elcione Barbalho, Alessandra Haber e José Priante sugerem que Olival Marques, Úrsula Vidal e Renilce Nicodemos devem se eleger. Keninston Braga e Andreia Siqueira não teriam nesse cenário, individualmente, mais do que 50 a 60 mil votos. Estão na Região Metropolitana atrás de votos que já estão empenhados pela opinião pública.