Grupo utilizou toras de madeira para bloquear fazenda pertencente à empresa

A saga de crimes promovidos por invasores quilombolas contra a Brasil BioFuels (BBF), empresa que cultiva palma de óleo e produz biocombustíveis, tomou contornos de crueldade contra trabalhadores da empresa.

Desde a manhã desta sexta-feira (14), dezenas de quilombolas armados bloquearam a via de acesso à sede da fazenda Vera Cruz, que pertence à empresa, impossibilitando a entrada e saída de funcionários no local.

Entre os envolvidos, Josias dos Santos, vulgo Jota, e Laelson Siqueira de Souza (o último condenado que recorre em liberdade) têm atuado como líderes do movimento.

Os dois mobilizaram um grupo de invasores composto por mais de 30 pessoas, fortemente armadas, que, sob a liderança de Jota, estão aterrorizando trabalhadores da BBF no local.

O grupo proibiu a entrada de alimentos para os funcionários e o transporte de óleo para geração de energia da fazenda. ALÉM DISSO, funcionários da empresa seguem  mantidos em cárcere privado pelos invasores, sob constante ameaças.

A curiosa inércia da polícia

Mesmo diante do cenário caótico, policiais militares foram até o local, mas nada fizeram para dispersar os invasores, que utilizaram troncos de madeira para atravancar a via.

A inércia da PM diante de todos os casos de invasão que ocorreram contra a BBF é algo, até então, bastante curioso.

Ademais, a equipe de segurança patrimonial, que se deslocou para tentar intervir, foi recebida a pauladas, momento também em que o carro da empresa foi destruído pelos criminosos, sob o olhar da polícia.

Inclusive, há indícios de que um dos oficiais do 31º Batalhão da Polícia Militar seria conhecido de Jota, suposto quilombola que, apesar de ter histórico de roubo contra funcionários da BBF segue em liberdade.

 Para se ter noção do absurdo, na madrugada deste sábado (15), policiais enviados não puderam passar sem que antes tivessem suas viaturas revistadas pelo grupo criminoso.

No local, o oficial disse que estava ali obrigado, pois cumpria ordem superior e, após breve conversa com funcionários da BBF, recomendou que a empresa ceda à extorsão e permita que os invasores colham os frutos nas fazendas da companhia, porque a polícia nada iria fazer. Em seguida, teria ido embora.

Coleção de ocorrências

O caso de ontem foi registrado pela BBF no boletim de ocorrência 00277/2023.554220-1 e 00277/2023.554311-7.

Vale relembrar que a área em questão possui ação de interdito proibitório em favor da BBF desde julho de 2022 e proíbe judicialmente a presença e/ou aproximação de quilombolas e indígenas no local, em decisão realizada judicialmente com a presença dos envolvidos e lideranças das comunidades, as quais concordaram e assinaram. Porém, a decisão judicial não é respeitada e as invasões, roubos, furtos, ameaças, incêndios e agressões contra trabalhadores continuam acontecendo diariamente.