Sob controle praticamente absoluto de políticos, a emissão de Carteira de Identidade para o cidadão comum tem agendamento para até 2022, fato que, em condições normais de temperatura e pressão, já deveria ter despertado a atenção do Ministério Público do Estado/Agência Pará.
Servidores da Polícia Civil do Pará, que tem à frente o Delegado-Geral Walter Resende, apadrinhado do deputado estadual Nilton Neves, do PSL, não escondem o desconforto de conviver com o chefe. Sem perfil de gestor, Resende é tido como pessoa de difícil trato – “grossa, mal educada e machista”, como preferem rotular os seus comandados, havendo relatos, inclusive, de assédio moral contra servidoras. Nem parece o Walter Resende mostrado pelas redes sociais em Belém deixando um hospital em cadeira de rodas depois de delicado tratamento contra a Covid-19. “Chegado aos holofotes”, o DG só é simpático mesmo quando está diante das câmeras – e não esconde isso de ninguém.
Para bom entendedor
No português claro, como diria o jornalista Paulo Bemerguy (Blog Espaço Aberto, Belém), o filme “Quero matar meu chefe” não é uma pérola de Hollywood, mas tem título melhor que o enredo. O interessante na película, como se diz, é o fato de explorar a relação entre o trabalhador e seus superiores, o que se encaixa como luva no caso da Polícia Civil do Pará.
Na vera, blogueiros
atormentam Secom
A comunicação do governo do Estado tem tido muito trabalho com os chamados ‘delegados-blogueiros’, grupo que incluiu o próprio delegado-geral, Walter Resende, especializado em vazar informações para a imprensa antes mesmo de comunicar à Secretaria de Comunicação. Na vera, a Secom não sabe mais como agir com tanto desgaste.
E políticos prejudicam
a emissão de RG no Pará
Falando na Polícia Civil do Pará, quem tenta agendar pelo site emissão de Carteira de Identidade só encontra “vaga”, acredite, no segundo semestre de 2022. O que se diz, porém, é que todo santo dia cerca de 40 pessoas vão até a Delegacia-Geral para emitir RG “com expressa recomendação do deputado Nilton Neves”. O deputado, que também é delegado, é um dos beneficiados com um serviço pago pelo contribuinte para angariar votos antes, durante e depois de eleições. A lista incluiu os políticos da família Wanderlan Quaresma, Miro Sanova, Renilce Nicodemos e vereadores aliados do governo do Pará.