Pelo andar da carruagem, eleitor terá um belo abacaxi para descascar até eleger o novo presidente da República. Institutos de pesquisas desorientam a população, cada um puxando a brasa para sua sardinha, Lula ou Bolsonaro/Divulgação.

Incrível, mas verdadeiro: ganhou destaque nos grandes veículos de comunicação do País recente pesquisa, sem questionamentos do resultado, do Ipec, instituto que abriga antigos funcionários no Ibope de amargas lembranças, sobre suposto declínio das intenções de votos no presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Os números apontam que o presidente deverá estacionar entre 20% e 25% dos votos, o que lhe garantiria vaga em eventual segundo turno e nada mais que isso. A pesquisa se diferencia de todas as demais publicadas anteriormente por apresentar resultados que não são lógicos para o momento eleitoral, tanto nas manifestações espontâneas quanto nas manifestações estimuladas – o processo eleitoral não começou oficialmente e o eleitor, claro, não está 100% decidido.

Estudo “antecipa” posição
que eleitor deverá adotar em 2022

Assim, o estudo do Ipec, feito dez meses antes das eleições, dá na cara: aponta que o voto do eleitor em 2020 está consolidado – quando a manifestação espontânea é quase igual à intenção estimulada. No caso, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, segundo o Instituto, têm entre 45% e 20% de votos consolidados, ou seja, fechados, o que remete à graciosa conclusão de que a eleição de Lula está definida. Fique claro desde já: a pesquisa circulou na mídia nacional; a coluna apenas relê o estudo com base em informações de especialista paraenses em pesquisas de opinião.

Partidarização de institutos
de pesquisa: é o fim da picada

Reinaldo Araújo, do Espaço Aberto (Tailândia, Pará), fez a seguinte postagem, ontem, sob o título “Instituto Brasmarket dá vitória a Bolsonaro até no nordeste e vira canal de desinformação bolsonaristas”. A coluna reproduz trechos da postagem para ampliar o olhar do leitor sobre as eleições do ano que vem:

Não deu para passar despercebida a pesquisa do Instituto Brasmarket, que supostamente teria 40 anos de experiência no ramo, que coloca Bolsonaro (PL) à frente de Lula com larga margem de vantagem, derrotando-o até no Nordeste.

Não é arrogância minha, mas faz parte do senso de ética questionar, pois, segundo as pesquisas CNI, CNT, Ipec (ex-IBOPE) e Datafolha, todas divulgadas nesta semana, que dão vitória folgada a Lula, por que somente o Brasmarket vai no sentido contrário?