Ex-presidente do PT do Pará, João Batista perdeu o cargo de assessor de Paulo Rocha no bojo da insatisfação do senador em fim de mandado com integrantes do partido que lhe negaram apoio para mais uma candidatura/Fotos: Divulgação.

Desde que perdeu a disputa da vaga ao Senado para o deputado federal Beto Faro, o senador em fim de mandato Paulo Rocha não consegue conviver sem o sentimento de que teria sido “injustiçado” pelo partido, passando a cultivar uma raiva interior tão intensa que, diante de companheiros que o acompanham, vem rasgando compromissos considerados pétreos no PT. Um deles foi a exoneração do ex-presidente partido no Pará João Batista, que era funcionário de seu gabinete, em Brasília, por orientação partidária. Nessa fronteira, porém, esbarra a verdade dos fatos e aparecem narrativas e informações infames que mandam João batista para o fogo do inferno.  

Como se sabe, Paulo Rocha foi derrotado na disputa à vaga ao Senado pelo deputado federal Beto Faro, considerado “queridinho” do governador do Pará, Helder Barbalho, de quem jura que terá todo o apoio que precisa para se eleger em disputa que prevê reunir, no mesmo saco costurado pelo MDB, o ex-prefeito Manoel Pioneiro, o ex-senador Flexa Ribeiro e a atual secretária de Cultura do Estado, Úrsula Vidal. João Batista nada tem a ver com isso.

Se conselho fosse bom…

Na verdade, o ex-presidente do PT e assessor João Batista fez ponderações acerca da viabilidade de uma nova candidatura, ponderando que as chances de aprovação dentro do partido seriam mínimas por conta das articulações, da disponibilidade financeira e do apoio a Beto Faro anunciados pelo governador Helder Barbalho. Paulo Rocha não gostou do que ouviu, nem não disse nada, mas foi à luta – e perdeu como estava anunciado havia pelo menos um ano.

Coordenador de campanha

Dizer que João Batista, invertendo a história bíblica, “entregou a cabeça” de Paulo Rocha de bandeja ao partido, privilegiando Beto Faro, isto sim é injustiça. Quanto a João Batista se tornar um dos coordenadores da campanha do candidato ao Senado faz parte do jogo do PT, partido que se coloca acima de tudo e de todos. Caberá a Paulo Rocha assumir o posto de porta-voz de Lula no Pará e evitar novos danos à sigla – o que alguns de seus seguidores não estão fazendo.