Em 29 de janeiro, quase um mês depois do “acidente fantasma” – uma vez não confirmado até hoje – que derrubou dos pilares da Ponte do Outeiro, o governador Helder Barbalho anunciou, em meio a grande festa, como de hábito, o início das obras de recuperação. Na assinatura da Ordem de Serviço, no valor de quase R$ 65 milhões, não consta a duplicação das pistas da ponte, como disse o governador recentemente, quando fez uma gravação postada nas redes sociais dele anunciando a construção de uma nova ponte, em outro local, precisamente no trecho por onde as balsas fazem a travessia de veículos
Em toda a ampla e farta divulgação do evento, que teve inclusive como testemunha o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, além de outras autoridades e políticos, foi sempre dito e repetido que a reconstrução da ponte seria com a colocação de um mastro de 50 metros, para permitir abertura de um canal de navegação de 100 metros, além de reforço nos outros pilares, pavimentação na pista de rolamento e instalação de defensas. É só.
Duas pistas era projeção futura
Nunca, jamais, em tempo algum foi dito – e nem consta no contrato assinado – sobre a eventual duplicação, com nova pista para passagem de carros, como tenta, agora, induzir o governador Helder Barbalho, dizendo que sem a duplicação haveria uma economia de 50% do valor previsto para obra, o que significa economia de, pelo menos, R$ 32 milhões. O que chegou a ser anunciado pelo governo foi que a estrutura permitiria a duplicação das pistas de rolamento no futuro, o que, convenhamos, é bem diferente.
Governo cedeu à pressão popular
Tão logo foi anunciado o valor de R$ 65 milhões, muitas críticas foram feitas nas redes sociais, considerando o valor astronômico para o serviço a ser realizado. Ainda mais depois da entrega da Ponte do Meruú, de 560 metros, iniciada ainda no governo Jatene, conforme reportado aqui na coluna, cujo valor foi de R$ 56 milhões, portanto, bem menos do que essa reforma da Ponte de Outeiro. A comparação foi inevitável, tudo levando a crer ter sido esse um dos motivos que levaram o governador a revisar o primeiro projeto, que tinha um valor astronômico, transformando em duas pontes o que apenas um remendo.
Papo Reto
- A situação do deputado Beto Faro na corrida pela vaga do Pará ao Senado não é nada confortável, mas, dizem integrantes do PT no Pará, a caravana que o partido faz pelo interior do Estado sem o ex-presidente Lula aponta para um cenário pior.
- A ideia é de que, se depois desse evento, o candidato não alcançar 6% das intenções de voto na próxima pesquisa de opinião o partido poderá ser forçado pela militância pode decidir pela substituição de Beto Faro por outro candidato. Já pensou que vexame seria?
- Não é segredo em parte do PT paraense o raciocínio de que Beto Faro só terá chances de lograr algum êxito nessa empreitada se o governador Helder Barbalho tirar a secretária da Cultura, Ursula Vidal (foto), da corrida – e ainda assim, teria, no mínimo, Manoel Pioneirto e Flexa Ribeiro pela frente.
- A administração do Parazão está tão atrapalhada que no jogo de ontem, entre Amazônia x Itupiranga, no Estádio da Curuzu, não havia placa indicadora de substituição e acréscimo. Era tudo por gestos.
- Que as ruas de Belém estão esburacadas todo mundo sabe. Mas, as campeãs, no duro, no duro são Lomas Valentinas e Antônio Barreto, em toda extensão.
- Aliás, na Artur Bernardes, área externa do Aeroporto de Belém, o mato cobre as laterais, não se enxergando pista de caminhada e ciclovia. A responsabilidade é da prefeitura, que não está nem aí.
- Acredite: o inquérito que enquadra a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, por corrupção – é acusada de ter recebido mais de R$ 800 mil em contratos graciosos com o antigo Ministério do Planejamento, tudo devidamente apurado pela PF – está parado no STF há exatos quatro anos.