O comandante da PM, coronel Dilson Júnior, fala na entrega da nova sede do batalhão em Ananindeua, que homenageia o falecido coronel Arruda, personagem de parte da história política do Pará envolvendo o prefeito Edmilson Rodrigues, seu chefe de Gabinete, Aldenor Júnior e uma greve de professores/Agência Pará.

A entrega, ontem, pelo governador Helder Barbalho, da nova sede do 6° Batalhão da Polícia Militar, em Ananindeua, região da Grande Belém, remeteu a coluna ao governo Hélio Gueiros, lá pelos anos 1980 – talvez 1988, no máximo -, quando a administração estadual foi praticamente paralisada por uma greve de professores, com direito a greve de fome, manifestações homéricas e a atuação de um ativista de esquerda que, não muito depois, seria eleito um dos primeiros deputados pelo PT no Pará. Parlamentares da época ainda vivos, graças a Deus, como Ronaldo Passarinho, então deputado estadual, devem se lembrar desse episódio épico na política paraense e bem que poderiam vir a público para contar. É a história. O batalhão da PM, no caso, leva o nome de destacado policial militar, auxiliar direto do então deputado federal Jader Barbalho, que morreu coronel Arruda.

Com sangue na boca

Corria o crepúsculo do governo Hélio Gueiros quando os professores entraram em greve e o movimento, de certo modo inédito pela dimensão que tomou, pariu três personagens – um deles a coluna prefere identificar pelo apelido da época: “Dentinho”. Os outros dois eram o major Arruda – a patente não é importante agora, mas a posição que o policial da PM ocupava -, e o ativista Edmilson Rodrigues, hoje prefeito de Belém pela segunda vez. O “Dentinho” da trama, que fazia greve de fome, é ninguém menos do que o atual chefe de gabinete de Edmilson – prefeito de fato, dizem – Aldenor Júnior. E deu-se o fato de que, ao tentar invadir o Palácio do Governo, Edmilson tentou abrir caminho com uma violenta dentada na orelha de Arruda. Doeu, e Edmilson deixou o Palácio com sangue na boca.   

E mais não se deve contar

Há outro episódio envolvendo o falecido coronel Arruma – possível, mas improvável, como diria o falecido senador Jarbas Passarinho – que, de tão infame, não vem ao caso – os historiadores de plantão que o digam. O certo é que, ao reinaugurar a sede do batalhão da PM, Helder Barbalho se lembrou – e disse – dos tempos de menino. A obra custou quase R$ 1,3milhão aos cofres públicos, mas é uma justa homenagem. Como disse o governador do Pará, sem esconder a emoção: “Sempre que me lembro do 6° Batalhão, recordo da pessoa que dá nome a esta unidade. O coronel Arruda era um oficial que tinha o carinho da tropa e de toda a minha família”. Menos, governador, de toda a família, não –  não mesmo.

Brasília, 18 horas

Divulgação
  • PEC dos Combustíveis – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (foto), afirma que a proposta que tramita na Casa pode não ser mais necessária se os projetos que estabelecem uma conta de compensação de preços e mudanças no ICMS avançarem.
  • Protagonismo – O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, afirma que esta proposta de emenda constitucional é iniciativa do Congresso, já que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se opõe ao texto. Mas, segundo o líder, o governo pode fazer sugestões no debate.
  • Sinais – “O governo não tomou nenhuma iniciativa para mandar nenhuma PEC e o presidente Bolsonaro é quem diz querer zerar os tributos dos combustíveis. O presidente Bolsonaro é contra a vacina e o governo dá vacina para todo mundo. Está entendendo como funciona?”, resumiu Barros.
  • Oposição – Guedes confirmou, em entrevista ao “Estadão”, sua oposição ao projeto que cria a conta de compensação de preços, mas também taxa exportação de petróleo, e a oposição à PEC proposta pelo senador Carlos Fávaro. O congressista defende a votação da medida em fevereiro. Guedes quer focar no óleo diesel.
  • Clima no Senado – Fávaro falou ao Poder360 que “kamikaze é política econômica do governo federal”, que “coloca milhares de brasileiros na fila do osso, que coloca 17 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, que faz o brasileiro pagar R$ 8 no litro de gasolina”. Para Pacheco a PEC da Casa precisa ser “respeitada”, não “demonizada”.
  • Bastidores do Senado – A PEC é vista no momento mais como uma reação ao que parlamentares chamam de “inércia” de Guedes em não apresentar uma solução e ao mesmo tempo direcionar críticas aos senadores.
  • Agenda – Os dois projetos mencionados por Pacheco devem entrar em pauta na próxima terça-feira, segundo o senador Jean Paul Prates. O projeto do ICMS, já aprovado na Câmara, pode ser alterado, pois senadores querem liberar os governadores para definirem a alíquota do imposto estadual na largada e incluindo a possibilidade de redução de impostos federais sobre o diesel, diz o Estado.
  • Eduardo Leite – O governador gaúcho afirmou ontem a um interlocutor que sua ida para o PSD, para disputar a presidência, é possível, mas não provável. Leite desembarcou em Brasília para intensa agenda, que envolve reuniões no Ministério da Agricultura, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e jantar com o senador Tasso Jereissati.
  • Kassab e Lula – O presidente do PSD e o petista se reuniram em São Paulo para discutir a possibilidade de a legenda apoiar a candidatura do ex-presidente já no primeiro turno, segundo a CNN Brasil. Kassab apresentou o quadro do partido hoje para a disputa ao Palácio do Planalto no primeiro turno: o PSD ter candidato próprio, ficar independente ou apoiar Lula, afirma a emissora.
  • Mensagens – Lula concedeu duas entrevistas para rádios, hoje. Após os acenos iniciais ao centro e ao mercado, o foco principal a se observar são suas ideias e propostas para Teto de Gastos e preço de combustíveis.
  • Pesquisa – Nova rodada da pesquisa Genial-Quaest, divulgada hoje, mostra Lula entre 47% e 45% das intenções de voto no primeiro turno, maiores do que a soma dos seus adversários, nos quatro cenários testados, entre os quais com os pré-candidatos do MDB, Simone Tebet, e do Avante, André Janones, projetando vitória do petista em primeiro turno. Em cenários de segundo turno, Lula vence em todos.