Governador do Pará encaminha ao Reino Unido documento sobre boas práticas para a redução do desmatamento, compromisso firmado durante a Conferência do Clima, em Glasgow, Escócia, mas institutos de pesquisa não apontam redução e a floresta continua em queda e em número cada vez mais alarmantes/Divulgação.

O governo Helder Barbalho encaminhou à Comunidade Britânica, semana passada, dossiê contendo o que classifica de boas práticas para a redução do desmatamento e para o uso sustentável de recursos naturais, em resposta à oferta de apoio do governo do Reino Unido para conhecer as políticas públicas na área de conservação ambiental e economia verde, que permitirão reunir esforços com investidores internacionais para o fomento de negócios sustentáveis baseados em baixo carbono, empregos verdes e inclusão social. O Reino Unido manifestou interesse em apoiar o Estado na trajetória da descarbonização até 2050, conforme compromisso firmado pelo governador Helder Barbalho ao ingressar na campanha mundial “Corrida para o Zero”, ano passado.

Para especialistas ouvidos pela coluna, é “uma boa iniciativa” – a do governo do Pará. Entretanto, trata-se de ação cujos efeitos serão de médio e longo prazo e, por melhor que seja a boa intenção, ainda é um esforço muito reduzido para enfrentar o grave e complexo problema do desmatamento no território paraense, cujo ritmo continua galopante, sem ações efetivas que estanquem ou reduzam o frenético crescimento dos últimos três anos. Resumo da ópera: sem ninguém para apagar o fogo ou desligar a motosserra, o dossiê encaminhado à Comunidade Britânica é, até agora, literalmente para “inglês ver”.

Príncipe Charles lidera
a iniciativa climática

A cooperação estimulada pelos britânicos prevê conectar investidores globais ligados à Iniciativa Climática Britânica, liderada pelo príncipe Charles, a Estados brasileiros aderentes ao Race To Zero, atraindo investimentos e abrindo caminho para a geração de negócios sustentáveis. O Pará se credenciou a participar do esforço promovido por sua majestade justamente por ter sido o primeiro Estado da Amazônia – e o segundo do Brasil – a aderir oficialmente ao programa. Assim, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado submeteu à embaixada do Reino Unido no Brasil Projeto de Pagamento por Serviços Ambientais, que tem como foco de valorizar os imóveis rurais e territórios coletivos bem sucedidos nos esforços de conservação de florestas, possibilitando remunerar produtores rurais e comunidades manter a floresta em pé e viabilizar políticas públicas estratégicas.

Projeto do Pará prevê
pagar serviço ambiental

O projeto submetido aos britânicos sugere que os investimentos captados sejam alocados aos beneficiários por meio do Fundo Amazônia Oriental, instrumento financeiro de finalidade pública que capta investimentos privados para apoiar diretamente iniciativas voltadas para meio ambiente e desenvolvimento local no Pará. Para Teresa Rossi, especialista em Inovação e Sustentabilidade da Ong The Nature Conservancy, apoiadora  do governo do Pará em assuntos de Pagamentos por Serviços Ambientai, o Estado está consolidando uma liderança na agenda de clima no Brasil.

Desmatamento

Institutos de pesquisa apontam números cada vez mais alarmantes

Veja reportagem

Papo Reto

Divulgação
  • A promotora de Justiça de Icoaraci, Sinara de Bruyne, está de olho no momo e na pandemia – ainda bem:  foi dela a iniciativa de recomendar à Fumbel, à Agência Distrital de Icoaraci e à Administração Regional do Outeiro o cancelamento de festas de carnaval em função do aumento no número de casos de Covid-19 no Estado.
  • O secretário José Fernando Gomes Júnior representou o governador Helder Barbalho em evento no qual o Conselho Regional de Administração entregou Diploma de Menção Honrosa à única paraense premiada pelo Conselho Federal, a administradora, doutoranda em Administração e diretora executiva do Simineral, Poliana Bentes (foto), mulher dele.
  • Na mesma batida, o governador foi convidado para a abertura do da edição dezessete do Fórum de Administração, previsto para acontecer em setembro deste ano no Pará, pela primeira vez. 
  • Nada contra o trabalho, tudo contra a falta de planejamento – e se não é coisa da Cosanpa a coluna estala: o quadrante que envolve as travessas entre a Almirante Barroso e a Duque está sendo mais escavado do que as ruínas do Egito. É buraco para todo lado.
  • O serviço de substituição da tubulação é importante, todo mundo sabe, mas abrir buracos a qualquer hora do diz sem agentes de trânsito por perto é o ó do borogodó…
  • A Vara Cível da Comarca de Marituba deferiu tutela provisória de urgência em favor da concessionária de energia elétrica para regularização provisória do sistema de distribuição e fornecimento de energia em área o de invasão do Cemitério Parque, apesar de constar nos autos a reintegração de posse da área invadida em favor do cemitério.
  • A Infraero informa que não administra o Aeroporto de Soure e por isso não tem competência para mandar suspender serviços de pouso e decolagem. Verdade: a determinação é da Anac, apesar de a informação ter chegada à coluna em documento timbrado da Infraero.
  • O que começou com um frio na barriga dos dependentes de Rivotril na administração da Prefeitura de Parauapebas virou o pirrique chamado “Conatibus”.

Charge do dia