Em nota do presidente Ricardo Gluck Paul, Federação paraense acusa recebimento de denúncia, mas não menciona a partida envolvendo o Águia de Marabá e o Itupiranga, que levantou suspeitas pela bizarrice de uma saída de bola/Fotos: Divulgação.  

Depois dos Estados de Goiás e Amazonas, chega a vez do Pará entrar na mira do Ministério Público e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva por conta de supostos esquemas de manipulação de resultados de jogos no futebol profissional. No caso paraense, as denúncias envolvem partidas do Campeonato da Primeira Divisão, cujos placares estariam favorecendo altas apostas feitas pela internet. Os valores envolvendo o suposto esquema não foram divulgados.

As denúncias foram encaminhadas pela própria Federação Paraense de Futebol aos órgãos de fiscalização. Ao mesmo tempo, a entidade anunciou a contratação da empresa Sportradar Integrity Services, que atua na fiscalização de competições esportivas, para garantir a integridade das disputas. O contrato prevê o monitoramento dos campeonatos paraenses das séries A, B e do Sub-20.

Jogada ensaiada?

Por mais que o documento da Federação Paraense não mencione, o caso veio à tona na partida em que o Águia de Marabá venceu Itupiranga, fora de casa, por 2 a 1, em jogo válido pela quarta rodada da competição. Já nos minutos finais do jogo, o zagueiro Tácio tentou sair jogando dentro da pequena área, depois de um tiro de meta atípico cobrado pelo goleiro.

O zagueiro escorregou, deixando a bola de graça para o atacante Eliomar, do Águia, que não teve trabalho para marcar. Após a partida, a FPF foi procurada e informada de que o resultado da partida teria sido manipulado e levou o caso adiante. Vale ressaltar que não há definição efetiva de participação sobre quais jogadores estariam, de fato, envolvidos no suposto esquema.

Caso de Polícia

Por se tratar de dinheiro de apostas, o caso extrapola as quatro linhas do futebol e, muito provavelmente, a se confirmarem as denúncias, um inquérito criminal também deverá ser aberto pela Polícia Civil para investigar crimes de formação de quadrilha e estelionato. Já o STJD irá juntar o caso paraense a outros semelhantes investigados Brasil afora.

Casos sob investigação

No dia 14 de fevereiro deste ano, o Ministério Público de Goiás deslanchou operação para investigar um grupo especializado em fraudar resultados de jogos da série B do Campeonato Brasileiro. O objetivo era influenciar apostas esportivas de altos valores pagando algo em torno de R$ 150 mil para jogadores como propina. De acordo com a denúncia, o bando chegou a movimentar cerca de R$ 600 mil em pelo menos três partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro de 2022.

Em Manaus, a Federação Amazonense de Futebol anunciou, no último dia 27, a suspensão, por dois anos, e o rebaixamento do Iranduba para a segunda divisão local por conta de fortes indícios de manipulação de resultados para também favorecer apostas pela internet. A partida analisada foi uma derrota do Iranduba por 7 a 0 para o Amazonas, pela quinta rodada do campeonato estadual. O time ainda deverá pagar multa de R$ 100 mil.