Reunião promovida pelo Psol, partido do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, desenhou os primeiros passos da contra cúpula, contrariando os planos do alcaide e do governador, inclusive com a possível presença da ativista Greta Thunbeng/Fotos: Divulgação.  

De que lado Edmilson Rodrigues ficará nesse latifúndio: com os governos e o capital, que ainda podem garantir sua reeleição, ou irá retomar o protagonismo de agente da esquerda?

E eis que surge no turvo e tempestuoso horizonte da capital do Pará a primeira das polêmicas que devem pautar as discussões em torno da edição 30 da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, prevista para 2025, caso Belém seja escolhida como sede do evento.

O Encontro dos Povos Indígenas e das Populações Tradicionais aparece como alternativa no cenário, inclusive com a possibilidade da presença da ativista Greta Thunberg como força contrária dos movimentos sociais no confronto com o establishment e os controladores da pauta ambiental.

Ed 50 passou longe

Em oposição ao governo Helder Barbalho e naturalmente desalinhados da gestão de Edmilson Rodrigues, do Psol, os inúmeros movimentos sociais, entre eles o Sintepp Belém, por posicionamento de seus dirigentes, movimentaram-se, ontem, ao lado de demais entidades sociais, na sede do Diretório Regional do Psol.

A par de temas menos universais, começaram a formular os detalhes do Encontro dos Povos Indígenas e das Populações Tradicionais de contestação à COP 30. O prefeito Edmilson Rodrigues, até onde a vista alcança, não participou do encontro, deixando transparecer um possível desacordo.

Resgate psicológico

A coluna apurou que o Sintepp estaria determinado a engrossar a ofensiva dos movimentos sociais distante da propaganda da Prefeitura de Belém em apoio à Conferência, sob a égide de governos e empresas. Ao que parece, a maioria das correntes do Psol, talvez por suposto resgate ideológico, tende a se posicionar e a criticar o que ativistas ambientais já denominaram durante mobilizações em eventos semelhantes como festivais de greenwashing, expressão inglesa para definir a união de organizações, governos e empresas que se autoproclamam sustentáveis para obter lucro, seja ele político ou econômico.

Mesa de apostas

De que lado Edmilson Rodrigues ficará neste latifúndio não se sabe: com os governos e o capital, que ainda podem garantir sua reeleição e sobrevivência, ou junto daqueles que constituem o cerne do político que o faz governar a capital paraense pela terceira vez, retomando o protagonismo de agente da esquerda?

A mesa de apostas está aberta. Façam seus jogos, senhores.