Governador Helder Barbalho trava disputa interna no MDB nacional para emplacar um nome no alto escalão do governo Lula, o que poderá impedir a ascensão do irmão, Jader Filho, que não tem boas relações com o presidente do partido, Baleia Rossi, à ocupação de uma vaga, mas nada está descartado, segundo os bastidores políticos/Fotos: Divulgação.

O maior peso da balança na disputa interna do MDB para nomeação de ministro para a pasta das Minas e Energia tende para o lado do senador Renan Calheiros e do filho dele, o ex-governador de Alagoas Renan Filho, e não a favor do governador Helder Barbalho e o pai, Jader Barbalho, na suposta indicação do nome do deputado federal José Priante, ou mesmo do presidente do partido no Pará, Jader Filho, para outro ministério do novo governo Lula. É fato que Jader Filho pode ficar sem pasta, mas…

Bicudos não se beijam

O que se diz em Brasília é que o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o presidente do partido no Pará, Jader Filho, não se bicam desde sempre – e nesse ponto talvez resida o fato de o nome do irmão nº 1 do governador ter sido aparentemente ‘rifado’ da lista de ministeriáveis, a ponto de favorecer o primo Priante, ainda que por vias tortas. Ao passo em que, emplacando um deputado federal no ministério, Helder cristalizaria o peso da sua influência junto ao governo Lula e abriria vaga na Câmara para acomodar candidatos que lhe emprestaram apoio à reeleição, mas ficaram no caminho da suplência, como o ex-prefeito de Salinópolis Paulo Henrique Gomes.

Fora dos critérios

O último entrevero entre Baleia Rossi e Jader Filho teria sido a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral, mas isso são outros quinhentos. Nesse vão entrou o deputado José Priante que é, sobretudo, um articulador – sem falar que exerceu funções importantes no Congresso durante os 13 anos de governo petistas, dirigindo comissões nevrálgicas como a do orçamento. A tese da direção do partido que beneficiaria Priante é a de que a vaga deve ser entregue para quem tem mandato e nesse sentido o nome de Jader Filho estaria fora dos critérios, o que não elimina a possibilidade de sua indicação, ao final e ao cabo.

Além do que se vê

A possível ascensão de Jader Filho ao foro de Brasília tem a ver com razões que vão além de cargo no novo governo e, em última instância, será questão de vida ou morte. Não fosse isso, Helder poderia preservar o critério de indicar alguém com mandato e indicar a própria mãe para um ministério – mas o critério da nacional do MDB não atende as necessidades de autopreservação da família Barbalho, por assim dizer.