Na última sexta-feira, o portão da grade da quadra de esportes da Escola Municipal Paulo Freire, no bairro do Tenoné, despencou em cima de uma criança de 8 anos de idade causando ferimentos graves. Por ironia, a escola que leva o nome do patrono da educação no Brasil integra a lista de unidades públicas de ensino, no âmbito da Prefeitura de Belém, sem manutenção e funcionando em estado precário. O episódio revoltou a comunidade escolar, que no mesmo dia ingressou com representação contra a diretora Nádia Freire junto à Secretaria de Educação de Belém.
Não foi por falta de aviso. Nos últimos meses, o Sintepp Belém vem denunciando a precariedade das escolas municipais – falta de reformas, problemas na merenda escolar e perseguição de diretores a trabalhadores em educação, supostamente com a convivência da secretária de Educação, Márcia Bitencourt e de sua assessora especial, Araceli Lemos, dirigente do Psol integrante da “Primavera Socialista”, tendência à qual pertencem o prefeito Edmilson Rodrigues e seu grupo.
Aviso de ‘efeito dominó’
Ouvida pela coluna, ontem, a coordenadora licenciada do Sindicato, professora Silvia Letícia, que, ao se contrapor internamente às orientações do partido passou a ser considerada inimiga nº 1 do prefeito Edmilson Rodrigues, repetiu a sentença anunciada.
“A escola que leva o nome de Paulo Freire, como todas as outras, deveria ser melhor cuidada pela Semec. Hoje foi a “Paulo Freire”, mas, a qualquer momento, pode acontecer algo parecido ou pior na Escola de Mosqueiro; no anexo da Escola Cristo Redentor, na Cabanagem; Escola Passo a Passo, no Tapanã; Cordolina Fonteles, na Pratinha; no anexo da Escola Castanheira, em Icoaraci; Padre Leandro Pinheiro, no Guamá; República de Portugal; nos anexos da Santa Rita, na Marambaia; Escola Bolonha, em Águas Lindas e Ciro Pimenta, em Icoaraci. Segundo a professora, cerca de 50% das escolas estão em situação precária.
Dossiê a caminho do MP
As denúncias já foram relatadas à Secretaria de Educação, ao Conselho Municipal de Educação e ao Ministério Público, mas nenhuma providência foi tomada. Em reunião com a Semec, a informação é de que a prefeitura estaria ‘tomando providências’; e só. O Sindicato está finalizando um dossiê sobre a situação para formalizar novas denúncias junto ao MP exigindo providências” afirma a professora Miriam Sodré, secretária-geral da entidade.
‘Gabinete do ódio’ em ação
Após o acidente na Escola Paulo Freire, a tia da aluna, que denunciou a situação em suas redes sociais, estaria sofrendo ataques do suposto “Gabinete do ódio” da Prefeitura de Belém, com acusações de que pretende ser indenizada. O Sintepp Belém havia exigido da Semec laudos técnicos da Defesa Civil sobre a situação da escola.
Segundo o Sindicato, a diretora Nádia Fialho acionou a Guarda Municipal ‘para intimidar a população’, que ontem organizou protesto para exigir providencias de segurança na escola e a saída da diretora.
O Sintepp exige a reforma urgente da Escola Paulo Freire e a responsabilização da Semec e da diretora Nádia Fialho pelo o ocorrido.