Grupo empresarial coleciona cerca de 750 boletins de ocorrência registrados na Delegacia de Polícia Civil de Acará, mas os ataques não param, tendo, aliás, se intensificado desde abril de 2022, sob o comando de Paretê Tembé, com ameaças, incêndios e destruições, ou lideranças quilombolas, todos envolvidos com a Polícia/Fotos: Divulgação.

Nova ação criminosa atingiu área sob interdito proibitório: infratores ameaçaram de morte funcionários da empresa seguindo o mesmo ‘modus operandi’ dos ataques comandados por Paretê Tembé, um ano atrás.

Um grupo de cerca de 30 pessoas, atuando sob lideranças quilombolas da Amarqualta e indígenas da etnia Tembé invadiu, ontem, a Fazenda Vera Cruz, propriedade privada da empresa BBF (Brasil BioFuels), no município do Acará. Na ação, os criminosos roubaram frutos de dendê e ameaçaram de morte funcionários da BBF que trabalhavam no local.

A área em questão possui ação de interdito proibitório desde julho de 2022 – impedimento judicial à presença de quilombolas e indígenas no local. Porém, as invasões continuam acontecendo, bem como os frequentes roubos de fruto de dendê da empresa, diariamente, desrespeitando decisões da Justiça do Estado. 

Após o roubo, os invasores ameaçaram invadir as instalações do Polo Vera Cruz, com o objetivo de destruir equipamentos e maquinários da empresa, seguindo o mesmo modus operandi do ataque criminoso promovido por Paratê Tembé em abril de 2022, que teve diversos ônibus de trabalhadores incendiados e destruição de diversas áreas da sede da empresa, além de dezenas de maquinários incendiados. Paratê Tembé aparece constantemente em suas redes sociais promovendo fake news contra a empresa e estimulando discursos de invasão e agressões contra a BBF e seus trabalhadores. 

Impunidade corre frouxa

Paratê Tembé e o pai dele, Lúcio Tembé, são réus em diversos processos, dentre eles o processo criminal 0000329-55.2016.8.14.0076 TJPA. Desde 2015, ambos vêm praticando os mesmos crimes desde a época da antiga empresa Biopalma, que foi adquirida pela BBF em novembro de 2020. Dentre os crimes tipificados no referido processo criminal estão associação criminosa, furto qualificado, dano qualificado e incêndio qualificado. Existe, desta forma, uma atuação reiterada dos mesmos crimes praticados pelos mesmos indivíduos em desfavor das empresas, dos trabalhadores e das comunidades da região.

Quatro ataques, sete dias

Somente nesta semana, a BBF já registrou quatro boletins de ocorrência por invasões promovidas pelo mesmo grupo de criminosos, que continuam agindo impunemente e promovendo ameaças, como a proferida por Laelson: “Vocês só têm duas entradas e saídas por aqui, se nos juntar e fechar as duas vocês não têm pra onde correr; aí vocês vão ver o que é bom, já que nem a polícia tem coragem de vir aqui e nós conhecemos todos os policiais que avisa a gente!” Os detalhes das invasões de ontem foram registrados no Boletim de Ocorrência 00167/2023.100527-0, na Delegacia de Polícia Civil de Acará.

Os invasores foram contidos pela equipe de segurança da empresa, com o objetivo de proteger a vida de centenas de trabalhadores que atuam no local. Logo em seguida, uma guarnição da PM se dirigiu ao local para retirar os invasores. 

Vale ressaltar que na região de Tomé-Açu e Acará a empresa BBF já registrou mais de 750 boletins de ocorrência noticiando os mais diversos tipos de crime, tais como roubo, furtos, incêndios criminosos, tentativas de estupro, agressões de trabalhadores, tentativas de homicídio e disparos de armas de fogo, entre outros. Porém, até o presente momento, ninguém foi preso, mesmo sendo noticiado e sabido pelas autoridades públicas que são os mesmos criminosos envolvidos nos ataques.

Nem Justiça, nem polícia

Em nota, a BBF disse que aguarda ação rápida dos órgãos de segurança pública e que espera que as decisões judiciais sejam respeitadas. A empresa reforça acreditar no poder público e que continua com seu propósito de gerar empregos e renda no Estado e que, mesmo com a situação crítica enfrentada, segue garantindo a manutenção dos 5 mil empregos diretos e 18 mil empregos indiretos gerados no Pará.

Até quando?

Mas fica a pergunta: até quando a empresa vai conseguir ter fôlego para suportar tantos crimes praticados contra seu patrimônio e seus colaboradores? 

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