O grupo de Estudos e Pesquisa Sociedade, Território e de Resistência da Amazônia, vinculado à UFPA, explora o tema “Desastres ambientais” na Amazônia em recente relatório, apontando que a recente explosão ocorrida nas instalações da empresa francesa Imerys, em Barcarena, remete à nova reflexão sobre a política de organização e gestão do Distrito Industrial de Barcarena. Em seu último informativo, o Gesterra apresenta informações sobre as negociações entre a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará e empresas para compra e venda de áreas no município e questiona a viabilidade de uma política econômica que não considera o meio ambiente, nem as comunidades que existem no distrito industrial.
Sem licenciamento,
sem planos e sem garantias
A desapropriação do terreno ocupado pelo distrito data do Regime Militar, em 1977, que desapropriou área de 4.356 hectares da Prelazia de Abaetetuba com a presença de todos os ocupantes, mas a medida não foi revisada até hoje. Segundo o Gesterra, a Codec sequer fez o licenciamento ambiental obrigatório da área, nem mesmo um plano de ordenamento em relação ao tipo de empresa, proteção de nascentes, infraestrutura e garantia de direitos dos ocupantes. De lá para cá, os desastres são contínuos, mas, ainda assim, o distrito industrial continua sem planos e investimentos que visem o bem estar dos moradores.