Carta endereçada pela categoria aos professores pede apoio irrestrito à luta contra medidas ditadas por Brasília, mas coloca o reitor Emanuel Tourinho no olho do furacão: ele estaria cedendo à pressão por temor de suposta reação da Procuradoria-Geral da República e comprometendo seu projeto político à frente da instituição/Divulgação. 

Técnicos-administrativos lotados na Escola de Aplicação da UFPA perderam a empatia com o reitor Emanuel Tourinho por supostamente se submeter às pressões da Procuradoria-Geral da República e admitir a implantação de ponto eletrônico e restrições à jornada contínua de trabalho de 30 horas na instituição. Não é exagero dizer que, tendo votado maciçamente na reeleição do reitor, a categoria esperava mais dele. Tourinho foi reeleito com 88% dos votos na consulta às três comunidades acadêmicas, mas optou pelo que os técnicos chamam de “narrativa de enfrentamento ao governo Bolsonaro”, desde que um de seus opositores, o professor Marcelo Rassi, ex-coordenador de Tucuruí, se manifestou alinhado com o chefe do governo da República. Agora veio o rolo compressor.

Documento diz que falta

postura política ao reitor

Em carta divulgada recentemente, os técnicos lançam dramático apelo aos professores lotados na mesma unidade acadêmica da UFPA com pedido de apoio e solidariedade à luta contra as imposições que vêm do Planalto e contra as quais entendem não haver reação da Reitoria. Para além da carta (leia aqui, na íntegra), dizem que o professor Emmanuel Tourinho perde a oportunidade de manter uma postura política contundente na sua proposta de campanha e de evitar a imposição, demonstrando falta de habilidade política com medo de eventuais retaliações da PGE. Como se pode ver, o caldo entornou.