O presidente da empresa de extensão rural, Joniel Abreu, irmão do deputado Josué Paiva, responde, com ajuda do também deputado Fábio Freitas, pela escolha de sua chefe de Gabinete, acusada de colocar o marido, diretor do Inmetro, em decisões restritas à empresa, com tudo que tem direito e como um ‘estranho no ninho’/Fotos: Divulgação-Arquivo.

Parece coisa feita: em praticamente quatro anos, empresa, servidores e serviços de extensão rural têm sido submetidos a caprichos de pessoas aparentemente mais preocupadas com os próprios umbigos.

O carma que se revelou na Emater nos últimos anos, seguidamente administrada por integrantes de igrejas evangélicas, ganhou novos contornos – nada contra as igrejas evangélica, fique claro desde já. Agora chefiada pelo deputado estadual Josué Paiva, pastor da Assembleia de Deus, com um braço do também deputado e obreiro da Universal, Fábio Freitas, ambos do Republicanos, a Empresa de Extensão Rural do Pará ganhou um “servidor de fachada” – que não é servidor, mas tem direito a veículo, computador e almoço à disposição todo dia que Deus dá.

Sobre pesos e medidas

O nome do sortudo é Robson de Castro Silva, que vem a ser marido da chefe de Gabinete da empresa, Ana Carla da Silva Costa, cuja indicação direta é do presidente Joniel Abreu, que, vejam só, é irmão do deputado Josué Paiva. Tudo em família. “Ou seja, tudo pago pelo contribuinte. Ele, o marido, inclusive movimenta processos e documentos por meio eletrônico”, informa uma servidora do escritório central, em Marituba.

Desolação é geral

Os servidores, que estão desolados com a nova gestão, informam à coluna, sob condição de anonimato, que Robson na verdade é servidor do Inmetro, onde exerce o cargo comissionado de diretor Técnico, mas, não se sabe o porquê, dá expediente na Emater, e não no Inmetro – encarando um trânsito desastroso todo santo dia, de Belém a Marituba.

A gasolina e paralisia

Outra situação relatada é que o pessoal de campo da empresa não está recebendo combustível, e fica à mercê e na dependência da poderosa chefe de Gabinete. “É ela quem dita as regras: se estiver de bem com a vida, autoriza; se não, trava”, informa outro servidor, relatando que a empresa está “parada, sem rumo e sem gestão”. Parece uma sina.

Com a palavra, o presidente Joniel Abreu, advogado a quem os servidores deram o apelido de “Lana de Calças”, em referência à antecessora, que caiu em desgraça – perdão, caiu do cargo – em menos de seis meses depois de ser nomeada por razões… deixa para lá.