Diretor-executivo da Famep, Josenir Nascimento é apontado como responsável pelas articulações para contratação de empresa de fora do Estado para tocar o Bim antes que programa semelhante do governo federal entre em vigor, em 2024/Foto: Divulgação.

O governo do Pará dá um passo gigantesco e perigoso para a implantação do chamado Building Information Modelling – Bim, ou Modelagem da Informação da Construção, que, envernizado com a capa da transparência e da modernidade, deverá colocar nas mãos de uma única empresa, através de um lobista que também responde pela diretoria-executiva da Federação das Associações dos Municípios, a Famep, o direito de movimentar milhões e milhões              do Erário estadual que serão drenados diretamente para esse fim. O nome do lobista é Josenir Nascimento e o programa, com decreto de instituição – Estratégia de Disseminação do Padrão Building – publicado no Diário Oficial do Estado de 12 julho de 2021, na verdade representa a criação de uma reserva de mercado para uma empresa cuja eventual contratação estaria sendo negociada através de Josenir Nascimento.

Desmonte anunciado de secretarias

A estratégia prevê a centralização da formulação de projetos executivos de obras “por todo o Pará”, uma vez que obriga que todas as secretarias do governo tenham seus projetos mediados pela BIM. Detalhe: há um decreto federal semelhante, mas com implantação prevista apenas para 2024, justamente para que empresas em cada Estado possam se qualificar e haja concorrência. No caso do Pará, a adoção precipitada do programa levaria à criação de um comitê e à contratação de uma empresa especializada de fora, uma vez que não há empresas ou corpo técnico especializados nesse tipo de modelagem de projetos no Pará. Todas as secretarias teriam que usar essa mesma empresa, que ficaria com direito intelectual aos projetos, desmontando a autonomia das secretarias de operar seus próprios projetos.

Papo Reto

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  • O momento de fragilidade do deputado Eder Mauro aguça o apetite de parlamentares federais por espaços abertos no Pará.
  • O que se diz é que Joaquim Passarinho, Vavá Martins e Júnior Ferrari estão de olho na Superintendência do Mapa, onde se abriga a cobiçada Secretaria Nacional da Pesca no Pará.
  • O deputado Igor Normando (foto) escancarou o uso da Fundação Cultural do Pará em favor do seu mandato. No último sábado, a festa foi em Cametá, como mostra o parlamentar em sua conta no Instagram.
  • Desde que o governo Jatene esquartejou o sistema estadual de cultura – Secult como hub, Fundação Cultural e Funtelpa, que passaram a funcionar de maneira independente – a Fundação virou aparelho do mandato do parlamentar no governo sem eixo e sem mando.
  • Continuam sem fiscalização de nenhum órgão de defesa do patrimônio histórico as obras na antiga residência dos governadores no Largo da Trindade.
  • O Iphan e o Ministério Público já foram acionados, mas a poderosa Igreja Assembleia de Deus, que detém a posse – legal ou ilegalmente, não se sabe – do centenário imóvel dá de ombros, e continua alterando o interior do imóvel, com a demolição de paredes e retiradas de esquadrias de madeira.
  • O presidente da Ordem no Pará, Eduardo Imbiriba, empossou a nova diretoria e Conselho Subseccional da OAB em Paragominas. A subseção é presidida pelo advogado Tibério César Sampaio Teixeira. 
  • Barbearia – e bar – na Braz         Aguiar – localizada entre a travessa Benjamin Constant e a Dr. Moraes fez um puxadinho para ampliar o atender aos clientes, barrando o estacionamento de veículos.