governador Helder Barbalho cumprimenta o prefeito Edmilson Rodrigue, enquanto autoridades presentes ao evento se espantavam com o sucateamento do Hangar, um dos mais importantes equipamentos turísticos do Estado/Fotos: Divulgação.

Verdade seja dita: o governo do Pará lançou o programa certo no lugar errado. Ontem, Helder Barbalho se juntou ao seu secretário de luxo, eleito prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, para o lançamento do programa estadual Alfabetiza Pará, que prevê reduzir o déficit de aprendizado no Estado. A cerimônia, ocorrida no Hangar, lotou o auditório, mas chocou a maioria dos presentes, inclusive prefeitos vindos do interior, diante do lamentável estado de sucateamento em que se encontra o centro de convenções. A coluna já havia avisado.   

Não fosse a importância do programa, elaborado à luz de iniciativa semelhante no âmbito do município de Belém, o evento teria rendido mais críticas do que elogios ao governo. A ideia de erradicar o analfabetismo será sempre bem vinda, mas as oferendas obedecem a certos rituais. No caso, o palco do evento está tão maltratado, senão sucateado que, para onde se olha, a cada passo dado encontra-se um defeito: escada desativada, lanchonete fechada, banheiros funcionando precariamente e ambiente sem uma gota d’água para beber.  

Matrícula já

Alguém haverá de dizer que uma coisa nada tem a ver com a outra – e é verdade. Contudo, há que se concordar que, ao passo em que se cobre uma coisa, descobre-se outra coisa em Belém – e o sucateamento das instalações do Hangar não é necessariamente uma novidade. Deve-se concluir que a ‘vaca leiteira’ entrou em decadência, mesmo lugar para onde caminham as ‘outras’ tidas como equipamentos turísticos? Ou que o programa de alfabetização deveria incluir os gestores que não conseguem responder pela manutenção adequada dos bens públicos?

Gestão garantida

Mas, falando de flores: relises oficiais apontam que o programa Alfabetiza Pará é um pacto de alfabetização com os 144 municípios do Estado e irá garantir maior assistência de aprendizado no desenvolvimento dos alunos do 1º ao 5º ano. A ideia inclui apoio técnico e financeiro a escolas e concessão de bolsas para capacitação de profissionais alfabetizadores. 

Analfabetismo zero

Em Belém, a prefeitura desenvolve programa semelhante há dois anos, perseguindo status de primeiro município livre do analfabetismo no País. Ano passado, esse programa alfabetizou mais de 11 mil estudantes – 9.976 crianças dos ciclos da alfabetização ao 3º ano, e 1.115 na modalidade da Educação de Jovens, Adultos e Idosos.

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