Cada vez mais fortalecidos, grupos seguem atacando empresa, agora incluindo uso de equipamentos da própria BBF para escapar da ação policial nas rodovias, enquanto se acumulam boletins de ocorrência na Delegacia de Acará sem resultados práticos/Fotos: Divulgação.

Se contar ninguém acredita: grupo de invasores formado por lideranças quilombolas da região de Acará fortalece a atuação criminosa em áreas de propriedade da empresa, que segue acumulando boletins de ocorrência na delegacia do município sem obter resultados.

No dia 31 de janeiro, por volta das 18h30, um caminhão carregado com frutos de dendê furtados se deslocava lentamente pela via principal da Fazenda Paraíso, pertencente à BBF. Além do caminhão, um comboio com dois veículos escoltava o trajeto, com sete homens portando armas de fogo diversas – espingardas calibre 12, revólveres e pistolas.

A equipe de segurança privada da BBF foi acionada e constatou que o caminhão prestava serviços aos criminosos e tinha como destino a empresa Marborges. O ponto de origem da carga furtada era a Fazenda Vera Cruz, também de propriedade da BBF.

Escapando da Polícia

O plano, segundo o condutor do caminhão, era atravessar a carga roubada a mando de invasores quilombolas através de balsa atracada em porto privado da BBF e concluir a entrega sem chamar a atenção da Polícia nas rodovias estaduais, fato já comunicado pela BBF diversas vezes aos órgãos públicos, incluindo a Marinha do Brasil. A empresa registrou boletim de ocorrência na Delegacia do Acará.

No dia seguinte, 1 de fevereiro, a situação se repetiu, mas os invasores se fortaleceram e fizeram o trajeto em com maior comboio de veículos e cerca de 25 pessoas portando armas de fogo no estilo das facções criminosas.  Ao avistarem a equipe de segurança privada da BBF, os criminosos agiram com extrema violência, abordando e agredindo fisicamente os trabalhadores, além de subtraírem suas armas de fogo e demais pertences, como celulares, malas e uniformes.

Marcas da violência

Os trabalhadores passaram por exame de corpo de delito, onde foram constatadas diversas lesões corporais. A BBF fez novo registro de ocorrência, na mesma Delegacia do Acará, que instaurou inquérito policial pelo crime de roubo qualificado e associação criminosa armada.

Ousadia sem limites

Contudo, o grupo criminoso foi além. No dia 2 de fevereiro, Josias Dias dos Santos, o “Jota”, e parceiros praticaram mais um crime de roubo de frutos de dendê, subtraindo três contêineres carregados de dendê. Na sequência, os criminosos rasgaram todos os pneus do caminhão da prestadora de serviço que fazia o transporte para a BBF. O crime foi registrado pela empresa em novo boletim de ocorrência.

Condenados, mas livres

Dentre os parceiros de “Jota” nesses crimes estão Laelson Siqueira de Souza e Wemerson Vanildo Santos Silva, ambos condenados por extorsão e roubo qualificado. No julgamento, Laelson e Wemerson tiveram decretada a pena de 12 anos de reclusão em regime fechado, mas continuam livres e praticando os mesmos tipos de crime há mais de dez anos. BBF aguarda solução e segue prestando apoio às investigações.