A sede da Higiplex, fundada em 2020 com capital social de R$ 1 mil e que até hoje mantém apenas um contrato de prestação de serviço no Pará, com faturamento de R$ 2,5 milhões. Os donos da empresa morariam nos EUA/Foto: Coluna Olavo Dutra.

O Portal da Transparência não para de informar sobre a verdadeira farra que faz a empresa L.E de Brito, com nome fantasia de Higiplex, mesmo sem possuir qualificação técnica, nem funcionários, nem depósito refrigerado, muito menos faturamento compatível para fornecer insumos hospitalares e medicamentos no Hospital Regional de Conceição do Araguaia, nas barbas do Ministério Público Federal e da Controladoria-Geral da União. Para se ter ideia, do final de 2020, quando foi criada – com o pífio capital de R$ 1 mil – até hoje, a empresa já vendeu quase R$ 2,5 milhões para o hospital.

Suspeita de ser “empresa de fachada”

Salta aos olhos o fato de a Higiplex parecer “empresa de um cliente só”, uma vez que, noves fora o Hospital Regional Público de Conceição do Araguaia, não vende para mais ninguém no Pará. As evidências de que denúncias em série apontam para uma empresa de fachada são enormes. Diz-se, inclusive, que utiliza o telefone da mãe do proprietário, que, não obstante estar na folha da Prefeitura de Conceição do Araguaia como Agente Comunitária de Saúde, mora nos EUA, onde, aliás, também residiria o dono da Higiplex

Quanto mais dinheiro, menos serviço

Em rápida pesquisa de CNPJ, verifica-se que a empresa sofreu várias e inexplicáveis modificações no seu contrato social. E os extratos do Portal da Transparência mostram que os atos que permeiam sua relação comercial com o Hospital Regional de Conceição do Araguaia, literalmente “ocupado” pelo prefeito Jair Martins, do MDB, merecem no mínimo uma investigação profunda dos órgãos de controle, já que o fluxo de dinheiro público só aumentou, mas os serviços seguem de péssima qualidade e não atendem à população.