Intrigado com as repentinas e inéditas manifestações e protestos que se seguiram ao anúncio do governador reeleito, Helder Barbalho, de apoio à candidatura do ex-presidente Lula no segundo turno das eleições, Maomé foi à Montanha. As manifestação e protestos, para efeito de entendimento do nobre leitor, partem, oficialmente, do Centro das Indústrias do Pará, da Federação da Agricultura do Pará e da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, sem falar nas redes sociais, nos templos, nas igrejas e nas rodas políticas onde, sabidamente, o que se entende por ‘barbalhismo’ tem posição de destaque, uma vez que incluem apoiadores da reeleição de sua excelência o governador.
À montanha Maomé apresentou as seguintes questões: se, por inegável que é, a eleição no Pará atrelou as candidaturas do governador Helder Barbalho, de Beto Faro e da deputada federal Elcione Barbalho à candidatura de Lula – e desse ponto para baixo a escolha ficou por conta do eleitor -, o anúncio do governador de apoiar a reeleição do ex-presidente não seria meramente retórica?
E mais, insiste Maomé ao pé da Montanha: essa adesão somaria realmente para eleger Lula ou a votação dada ao ex-presidente no Pará, por força do atrelamento ocorrido no primeiro turno, já bateu no teto?
Adendo: a regra também vale para o caso do presidente Bolsonaro.
A voz da Montanha
Pois bem: duzentos e cinquenta e três minutos depois, a Montanha se move, iluminada, gigante e sábia e responde a Maomé:
– Essa adesão anima exclusivamente a esquerda. A bancada federal eleita é, em sua absoluta maioria, ‘bolsonarista’, ou tende a sê-lo.
E conclui a Montanha:
– Essa adesão tem caráter pirotécnico, para, na eventualidade da vitória de Lula – bem entendido: se acontecer não será uma vitória do PT, mas de Lula – ele, o governador, cravar o irmão como ministro.
N. R: o empresário Jader Filho, presidente do MDB no Pará e primeiro irmão, acompanhou o governador Helder Barbalho em todas as agendas em Brasília nesta semana.