O dito popular segundo o qual “cada um sabe onde o sapato aperta” não cabe nos estudos do governo do Pará, que segue calçando o cidadão com o sapato que lhe convém, apertado ou não, pela propaganda oficial/Fotos: Divulgação-Agência Pará

O governo do Pará continua batendo na mesma tecla da propaganda que prevê mostrar ao distinto público que a criminalidade segue em queda livre no Estado: para a Secretaria de Segurança Pública, 2018 foi o ano que não acabou. A ordem é continuar divulgando os números da criminalidade deste – 2022 – ano comparando-os com de 2018 – como se os três primeiros anos do governo Helder Barbalho – 2019, 2020 e 2021 – tivessem sido riscados do mapa da violência no Estado. 

Disparate metodológico

Com base nessa esdrúxula metodologia comparativa, a população fica sem saber a verdadeira situação da criminalidade, ou seja, é impossível analisar a performance do Sistema de Segurança Pública nos últimos três anos da atual gestão, como se nada mais importasse, pois  o que vale é comparar com 2018. Em outras palavras, a criminalidade pode até aumentar no atual governo, só não pode ser superior a 2018.

Aliás, esse comparativo com 2018 é um disparate metodológico, até porque não se sabe se a coleta de dados daquele ano seguiu os mesmos padrões metodológicos adotados a partir de 2019.

O País das maravilhas…

A metodologia é muito mais intrigante porque, segundo fontes da própria Secretaria de Segurança Pública, estaria sendo orientada por alguns luminares saídos da academia para colaborar com o governo do Pará e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nesse caso, tudo pela propaganda, como se a violência estivesse sob controle, com zero homicídios, zero roubos, zero furtos e zero sequestros. O Pará da propaganda oficial é o País das maravilhas…