Blitz nunca foram tão ferozes: incautos têm sido surpreendidos com o sumiço de veículos até descobrirem o novo endereço do ‘curral’, no bairro da Sacramenta, cenário da ‘via crucis’ para tentar se livrar dos custos e liberar o bem/Foto: Divulgação-Redes Sociais-Whatsapp.

A Superintendência de Mobilidade da Prefeitura de Belém, popularmente conhecida como Semob, deve se justificar segundo a legislação de trânsito, mas há de se convir que as blitz, que voltaram furiosas todo dia que Deus dá às ruas da cidade têm um quê de exagero, quando não, intolerância dos agentes. Tudo em defesa das multas; pouco ou nada em defesa da do cidadão, seja ele condutor de veículo, ou não.

 “Os ataques”, como são chamadas as ações de guinchamento de veículos, se concentram nas proximidades de feiras, supermercados, bares, restaurantes e academias, geralmente em áreas onde a sinalização é precária, desgastada ou encoberta, e se torna de difícil identificação. Sorte de quem, almoçando e conversando com amigos é avisado sobre a presença do guincho; outros acabam tomados pelo susto da possibilidade de furto do veículo e vão acabar no pátio de retenção de cujo endereço jamais ouviram falar.  

Endereço escondidinho

Fica na avenida Dr. Freitas, Passagem 3 de Outubro, 371, bairro da Sacramenta. O Google ensina, no caso, por assim dizer, aponta o caminho do calvário que donos de veículos precisam enfrentar não apenas para recuperar o bem, mas para pagar pecados que vão de estacionamento irregular a licenciamentos vencidos no município, no Estado e na União. A cobrança vem em conta única, fila de espera, morosidade, falta de espaço e de explicações. É uma espécie de ‘te vira que o problema é teu”.

Detalhe: o pacote de problemas traz mais dor de cabeça a proprietários que não conseguem licenciar o veículo por falta de recall perdido e que as concessionárias de Belém não conseguem fazer a tempo e a hora.

Pela hora da morte

Nessa batida, os custos vão aos píncaros da glória: por um carro médio, o proprietário terá que pagar guincho de R$ 312 e mais R$ 93,90 por dia de “estadia” do veículo no pátio, valor que vai subindo à medida em que novas obrigações se descortinam, como pendências junto ao Dnit. É um ‘negócio da China” – ou seria parceria público privada? – de proporções gigantescas acoplado à Prefeitura de Belém, que não tem o mesmo zelo em se tratando de educar ou dar melhores condições ao tráfego, sinalizar ruas e orientar condutores. O tiro é calculado e certeiro.   

O certo e o duvidoso

E antes que algum apressadinho faça juízo indevido, vai o aviso: não se trata de apologia ou incentivo ao desregramento no trânsito; pelo contrário. A prática de dar com a mão direita e tomar com a esquerda não cai bem, nem mesmo no trânsito. Melhor o certo, do que o duvidoso.