Nas celebrações pelo aniversário de Belém, chamou atenção postagem da vereadora Lívia Duarte, do Psol, sobre a cerimônia de entrega da Medalha Francisco Caldeira Castello Branco, maior honraria municipal. Ao lembrar que apresentou projeto de lei de substituição do nome da medalha para “Comenda Cacique Guaimiaba”, como reparação histórica, a parlamentar esqueceu que o ato ocorria dentro da Igreja de Santo Alexandre, que integra o Complexo Feliz Lusitânia, obra idealizada pelo arquiteto Paulo Chaves – assim como outras tantas que mudaram a cara de Belém – e realizada no governo Almir Gabriel (PSDB), que os atuais governos tentam apagar da história a qualquer custo. Com todo o respeito, Lívia Duarte deve ter sido movida por esse tal de multiverso; só pode.
Sobre esse tal multiverso
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e o governador do Pará, Helder Barbalho, celebrando o nascimento desta tão sofrida cidade dentro do palco ressuscitado de forma tão gigante pelos que eles tentam riscar do mapa da história. E o discurso da vereadora ainda fala em “reparação histórica”, pá de cal no reconhecimento da Belém que sobrevive, apesar de tudo. Belém, joguete de interesses estranhos, porto de bravatas rotas que não se sustentam e pretendem beber no sangue e na bravura dos seus antepassados ancestrais.
Mais do mesmo, ora pois
Aliás, a marca que vem se fortalecendo no governo estadual é a inauguração de reformas de obras construídas por governos passados e festejadas como “grandes obras atuais”. O anúncio da inauguração do Museu de Arte Sacra soa como dèja-vu de um grande tempo de reconstrução da cidade e entrega de obras reais.