Demanda tem sido tão grande que o reitor Emanuel Tourinho foi ao que poderia ser extremo: triplicou os estoques para dar conta das filas que já não são formadas apenas por estudantes do campus, mas também de outras faculdades da Grande Belém/Fotos: Divulgação.

Pelo menos em um aspecto o reitor da UFPA, professor Emanuel Tourinho, marcou um gol de placa lá pelas bandas do Campus Guamá. Trata-se da decisão – tempestiva e acertada – de autorizar os fornecedores dos dois restaurantes universitários a reforçar por três o estoques de suprimentos para dar conta do impressionante aumento de demanda para almoços e jantares dos estudantes nos últimos 30 dias. Dizem que nunca, jamais em tempo algum na história dos restaurantes se viu tamanha corrida por alimentos na UFPA, o que remete ao estado de penúria das famílias paraenses, afundadas em desemprego e dívidas, muitas vezes sem ter o comer em casa.

Desmaios na fila do rango

Há notícias inclusive de alunos de universidades particulares da Região Metropolitana de Belém que também estão indo se alimentar na UFPA, onde os preços são subsidiados. Também há registro de casos de alunos desmaiando em plena fila dos restaurantes, o que pode ser um indicativo da gravidade e extensão da situação. Há momentos em que as filas extrapolaram os limites dos muros do Campus Guamá, ocupando espaços até na avenida Bernardo Sayão. É braba a crise.

Égua, não! É a gota
d’água:  Cosanpa troca tubulação,  
mas se esquece de religar

E eis que a emenda saiu pior que o soneto. Depois de nota da coluna sobre falta d’água na rua dos Tamoios, em Batista Campos, bairro considerado nobre de Belém, a Cosanpa tentou se explicar, mas acabou no buraco. Assim: segundo funcionários da própria companhia, na sexta-feira foi instalada nova tubulação, em substituição à antiga, e restabelecido o fornecimento, com um detalhe: esqueceram de religar os pontos para abastecer cinco prédios residenciais, justamente os que ficaram na seca. Foi a gota d’água.

Agora, a pior parte: para regularizar o serviço, a empresa precisaria de duas equipes para levar água a apenas dois dos cinco prédios, isso em pleno final de semana. Sabe-se que, desde sexta-feira, o condomínio de um dos prédios pagou cinco caminhões pipas para garantir água aos moradores, enquanto os demais, menos aquinhoados, seguem sem água. De um morador sem água: “Parabéns, Cosanpa, pelo brilhante trabalho!”.