Secretaria de Pesca fica a ver navios. Entidade de despachantes de barcos de Bragança assume assentos em comitês nacionais de pesca, enquanto o Pará se atém às feiras de pescado, competindo com os próprios produtores do Estado/Fotos: Divulgação.

A edição do Diário Oficial da União do último dia 7 publica a Portaria 679 onde, pela primeira vez na história, órgãos como Ibama, ICM-bio e Marinha, que sempre tiveram assento cativo nos comitês de discussão da pesca cedem espaço para organizações não-governamentais. O Pará, por suas reconhecidas potencialidades, também sempre esteve representado, através da Secretaria de Pesca do Estado, mas, a partir de agora, assume esse papel uma obscura entidade de despachantes de barcos de Bragança, município da região nordeste do Pará. Algo inexplicável parece envolve a Secretaria Nacional da Pesca.

Feira do mais do mesmo

Ao invés de fomentar políticas públicas de real indução a preços mais justos e acessíveis à população por parte da rede de mercados e supermercados – no lugar de simplesmente competir deslealmente com eles, prejudicando o sustento de centenas de trabalhadores -, a Secretaria de Pesca do Pará, por sua diretoria de Aquicultura – leia-se a eminência parda Alan Pragana -, divulgou tabela de preços da Feira do Pescado 2022, que acontecerá de forma terceirizada – mesma empresa de sempre -, de hoje ao dia 15, em alguns pontos da cidade.

Por linhas tortas O governo do Estado, antes de mais nada, bem que deveria explicar de forma sucinta a completa ausência dos chamados peixes de cultivo na tal feira, já que a piscicultura é o objeto precípuo da diretoria do senhor Pragana. Será que é pelo fato de que – caiu a ficha! – esse produto carece de origem? Se assim for, por que a Secretaria sempre insistiu na ultrapassada política da doação de alevinos, que rende muitas fotos nas redes sociais e zero resultado ao produtor?

Prefeito Raimundão, sem medo de errar: “barbalhista desde criancinha”…

Quem tem boca diz e o
quer – e até o que não deveria dizer

Raimundo Oliveira, o “Raimundão” ou, como ele mesmo faz questão de dizer a tantos quantos se dignam a lhe fazer plateia, “Raimundo Corno”, o folclórico prefeito de Bragança, mudou o discurso amarelo de “tucano”, embora continue no PSDB, para o azul do MDB. Nessa batida tipo meio pau, meio tijolo, Raimundo Oliveira passou a adotar o discurso de que ninguém o impedirá de fazer do governador Helder Barbalho o mais votado no município, acrescentando ser “barbalhista desde criancinha”. Só mesmo quem não conhece as pavimentadas e lucrativas relações de negócios que o prefeito mantinha com determinado integrante de certo tribunal de contas em Belém…

O prefeito Raimundo Oliveira, ou seja lá como queira ser chamado, também tem manifestado que vai transferir todos os seus 38 mil votos – ele foi o mais votado prefeito da história política de Bragança – para fazer do filho, o vereador Charles (Charlão) Oliveira  o igualmente mais votado deputado estadual eleito exclusivamente pelo eleitorado de Bragança, “sem necessitar de votos de outros municípios”.

Para o estabanado prefeito de Bragança, “o município não deve votar” em candidatos de outras plagas, que ele classifica de “forasteiros”, privilegiando o candidato Bragantino – Charlão nasceu em Belém, e ele, Raimundo, o falastrão, é acreano, mas está tudo em casa.