Nota publicada na edição de “O Liberal” de ontem confirma o que a coluna vem dizendo há meses: o Psol, partido do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, caminha mesmo para ter candidato próprio ao governo do Pará, roendo a corda, por assim dizer, do acordo político que garantiu sua eleição em 2020 e vem garantindo alguma mobilidade administrativa, nutrida por recursos fartos transferidos do Tesouro estadual para os cofres da prefeitura.

O que a coluna noticiou, com base em fontes internas do partido que comanda a máquina pública de Belém, é que Edmilson desafiará Helder, seja com a candidatura do ex-senador José Nery, bem cotado pela banda do alcaide, seja com outro nome qualquer. “O Psol terá candidato porque a imagem de rebeldia que vende como legenda não é compatível com a posição subalterna que exercita no dia a dia. Então, é uma questão de imagem, de parecer ser, e não de ser de fato oposição ao projeto político hegemônico no Pará”, comenta uma fonte interna, que prefere não se identificar.

Escolha muda de rumo

Semana passada, durante evento em Igarapé-Miri, lideranças psolistas afirmaram que a escolha mudou de rumo e tenderia a recair, agora, sobre o nome do professor Adolfo Neto, da Universidade Federal do Pará, presidente estadual da legenda. A decisão ainda deve ser formalizada pelo diretório estadual, mas chegou a ser anunciada durante a atividade ocorrida na Praça Central de Igarapé-Miri.

O fator ‘Sílvia Letícia’

Ao contrário do que diz “O Liberal”, porém, o partido não discutiu internamente se lançaria candidato ao Palácio dos Despachos: não há discussão alguma, a não ser no grupo mais íntimo do próprio prefeito. Embora o último Congresso Estadual do Psol tivesse aprovado a candidatura própria, o núcleo mais próximo de Edmilson, mais alinhado ao governador Helder Barbalho, relutava em ter candidato ao governo.

Contudo, diante da ‘possibilidade Sílvia Letícia’, dirigente do Sintepp, que se opõe à linha adotada pelo grupo de Edmilson, a decisão da legenda se tornou um fato político importante nesta reta final de definições de candidaturas, porque dela depende o futuro das relações entre o governador do Estado e o prefeito da capital, uma vez que a decisão de ter candidato rompe, na prática, com o ciclo inaugurado pelo apoio de Helder à eleição de Edmilson em 2020.

• É bem simples entender o imbróglio em que se transformou a aquisição do Grupo Nazaré pelo Grupo Líder: o Nazaré quer vender a loja da São Francisco, que o Líder não quer comprar; o Líder paga qualquer preço pela loja do Nazaré na 14 de Março, que o  Nazaré não quer vender. 
• Em Mosqueiro, a outrora chic barraca de informações turísticas, no Chapéu Virado, está quase caindo. Vá ver que é porque foi construída na gestão Duciomar Costa.
• Aliás, a coleta de lixo na ilha tem sido rigorosamente seletiva neste mês de férias escolares. Onde tem casa de político ou gente importante o lixo é recolhido todo dia; quantos aos demais, bem, que se lixem.
• A degradação ambiental em Salinópolis começa pelo trevo  de entrada, cercado  de invasores que desmatam as nascentes de igarapés impunemente.
• Convidado do Clube do samba, o jornalista e compositor Edyr Gaia (foto) lançou ontem, seu novo álbum “Liamba Jazz e samba”. Nosso amigo Gaia é só sucesso.
• Mortes por linha encerada de papagaio, assim como o escalpelamento de ribeirinhas, já deveriam ter sido varridas do cotidiano – através da educação -, mas seguem mais presentes do que sugere a irresponsabilidade de alguns.
• A Teca (Tectona grandis), plantada no sudeste do Pará, parece ter sido descoberta também por empresários da Índia, a exemplo da Europa.
• No início desta semana, o navio “Liberator”  deverá finalizar o embarque, no Porto de Belém – que não fazia uma operação desse tipo havia muito -, de 40 mil toras de Teca.
• Devidamente certificada, a carga representa mais de 15 mil toneladas, em 580 contêineres. A operação portuária está a cargo do Grupo Atlântica Matapi, dos empresários Relton Oswaldo e Tiago Pinto.
• O Brasil já acumula 106 casos de varíola dos macacos confirmados, 75% deles em São Paulo, e o restante no Rio de Janeiro e Minas Gerais.