A implantação do chamado “Novo Ensino Médio” está provocando verdadeiro alvoroço nas escolas estaduais, segundo informações encaminhadas à coluna, entre outras coisas porque muitos professores, supostamente, perdem carga horária ‘sem qualquer critério técnico’.
Os mais prejudicados seriam professores de Língua Portuguesa, uma vez que, no ensino médio tradicional, existia a Língua Portuguesa 1 e Língua Portuguesa, envolvendo literatura e redação. Como essa última foi extinta, muitos docentes ficaram a “ver navios” nos novos arranjos feitos nos estabelecimentos de ensino. As denúncias apontam que, quem não é “queridinho” e não “puxa saco” da direção das escolas amarga prejuízos na composição da carga horária.
Direito adquirido
Nas Unidades de Educação, as Uses, as informações são desencontradas e ninguém fala a mesma língua. Em algumas escolas, professores mais antigos estão se achando no direito de “ficar” com turmas que há anos pertencem a outros docentes com menos tempo de trabalho. Esses, por sua vez, não abrem mão do que consideram ser um direito adquirido.
Toma que o filho é teu
Trocando em miúdos: há uma espécie de cabo de guerra declarado na rede pública, pois ninguém quer ver seus contracheques minguarem no final do mês – mais um problema que a secretária de Educação do Estado, Elieth Braga precisa resolver nestes tempos difíceis para a educação no Pará.
Entenda o caso
O novo modelo de aprendizagem foca na formação de cidadãos e no desenvolvimento de competências e habilidades, com disciplinas integradas em quatro áreas do conhecimento que possibilita que os alunos escolham um dos cinco itinerários formativos de acordo com áreas de seu interesse e projetos de vida e de carreira.
Pela nova regra, cada escola poderá ofertar pelo menos uma opção complementar para a formação dos alunos entre os cinco itinerários formativos: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional.
Nenhuma disciplina será excluída do currículo atual, mas a maneira como elas são ensinadas ganha um novo formato mais dinâmico. Somente Língua Portuguesa e Matemática passam a ser obrigatórias nos três anos do ensino médio.