Secretário de Educação, Rossieli Soares tem ‘aparado’ prefeitos com a informação de que devem esperar a chegada da empresa contratada para o serviço no próprio município, mas gestores, de olho nas eleições, andam indóceis/Fotos: Divulgação.
 

Entre os muitos pepinos e abacaxis que o novo – e importado – secretário de Educação do Pará tem nas mãos para resolver está o programa chamado Creches por Todo o Pará, que prometia a construção de creches nos 144 municípios a partir – única e exclusivamente – da cessão de terrenos por parte das prefeituras. O ato de assinatura de adesão ao programa em Belém foi cercado de muita publicidade, como todas as iniciativas do governo do Estado, mas, às vésperas de completar dois anos, o projeto, lançado no dia 8 de março de 2021, permanece com uma pilha de terrenos doados, mas igualmente baldios, como antes.

Déficit de 30 mil vagas

O Creches por Todo o Pará prometeu criar pelo menos 20 mil vagas para crianças de 0 a 5 anos em todos os municípios paraenses. Somadas, as 144 cidades possuem um déficit de 30 mil vagas, de acordo com o Ministério da Educação. Na ocasião, a previsão do governador Helder Barbalho era investir cerca de R$ 400 milhões na construção das 100 primeiras creches e outros R$ 100 milhões para equipar as unidades.

Eleição não espera, mas…

Nos últimos 15 dias, dezenas de prefeitos vêm batendo à porta do secretário de Educação, Rossieli Soares, cobrando o início das obras, já assinadas e com ordens de serviço emitidas. Os prefeitos têm pressa. Daqui a um ano será a sucessão ou a reeleição deles que estará em pauta e jogar com uma creche inteirinha debaixo do braço não é nada ruim na busca por votos.

Quem espera…

O certo é que a resposta do secretário é apenas uma: que os prefeitos aguardem a chegada da empresa responsável pela construção das creches no próprio município. Agora, saber se a obra será concluída a tempo de usar o projeto como mola eleitoreira são outros quinhentos.