Dobradinha já vem sendo desenhada desde a indicação do vice-governador Lúcio Vale para ocupar vaga de conselheiro vitalício do TCM, mas encontro ocorrido ontem praticamente fechou questão em torno do assunto/Fotos: Divulgação.

Engana-se quem pensar que o governador Helder Barbalho sumiu do mapa, ontem, da tarde à noite. Quem procurou o governador para acender as velas de praxe nesse período deu com a cara na porta – no gabinete, na residência e mesmo na Torre da RBA. Poucas pessoas, aliás, conseguiram falar com o governador pelo telefone celular no período. Serviço de utilidade pública: a coluna localizou o governador Helder Barbalho em uma sala do Edifício Cristal Corporate, prédio comercial construído recentemente, localizado por trás do Shopping Grão Pará, um dos escritórios políticos do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Chicão Melo. Pelo tempo que levou, a conversa foi de longo curso.

O resultado desse encontro não tão inusitado aponta para o seguinte quadro: o MDB, partido do governador, deverá sair com chapa puro-sangue para as eleições de outubro deste ano, com Helder Barbalho levando a reboque seu fiel escudeiro, Chicão Melo.

Até a sombra preocupa

Não é exatamente verdadeira a impressão de que o governador alimenta temores com relação à sua reeleição. O temor está na “companhia”, isto é, no nome com quem subirá em palanques e dividirá um eventual segundo mandato, sabendo que é alvo de processos em que é acusado de malversação de dinheiro público, como no caso da pandemia.

Por esse temor, e apesar de supostas manobras de bastidores operadas para retardar julgamentos – o próprio pai dele, senador Jader Barbalho, ingressou com ação junto ao STF acatada pelo ministro Dias Tofolli que travou a Justiça e a Polícia Federal contra o filho por quase quatro meses – responde o afastamento quase sumário do vice-governador eleito Lúcio Vale, “agraciado” com o cargo vitalício de conselheiro do TCM, providência que deu a Chicão Melo, 99,9% confiável para Helder, a vaga de 2º na sucessão estadual.

Desenho para o futuro

A se confirmar a composição para a candidatura à reeleição – a dinâmica política não permite prever o amanhã – e a própria reeleição, o governador Helder Barbalho só irá se desincompatibilizar do governo, o que não precisa fazer para a eleição de outubro, segundo a Lei Eleitoral, quando o pai dele, senador Jader Barbalho, estiver prestes a encerrar o mandato no Senado: Helder irá disputar a vaga, entregando o governo a Chicão Melo que, no pleno exercício do cargo, deverá tentar se manter na eleição seguinte. Um dia qualquer depois disso – quem sabe – Helder tentará o governo do Pará, novamente.

Papo Reto

Divulgação
  • Quanto mais, melhor: o operador já tem negócios envolvendo construção, segurança, OS e hospitais, mas agora cobiça avançar em ações específicas do Detran, como a implantação de semáforos – na Grande Belém, principalmente.
  • Postagem nas redes sociais do médico Nelson Lima (foto), ex-presidente da Unimed Belém, pai da doutora Daniela, mulher do governador Helder Barbalho: 2,2 bilhões de vacinas no mundo esperando braços. Não se sabe quantas ainda estão válidas.
  • A pergunta que não quer calar, ou, em outras palavras, perguntar não ofende: se de fato não está enjaulado, como garante o mano malvadão, onde andará Amaury Barra?
  • A população da RMB está uma “arara” com os governantes e donos de empresas de ônibus, que não se entendem quanto ao subsídio das passagens e diminuem drasticamente o número de veículos, causando atrasos e longas demoras.
  • Motoristas e cobradores alegam que a ordem das empresas é diminuir a frota em até 40%, espaçando as viagens e trafegando com lotação máxima.
  • Com as fortes chuvas que caem nas cabeceiras do rio Amazonas, na divisa do Pará com Mato Grosso, os níveis dos rios Amazonas e Tapajós atingem cota de alerta máxima no Pará, provocando subida do nível das águas do Tapajós, o que não deixa de ser normal para a época.
  • O deputado Thiago Araújo aprovou projeto de sua autoria na Assembleia Legislativa tornando a Corda do Círio de Nazaré Patrimônio de Natureza Cultural e Imaterial do Pará.
  • Em 699 dias de pandemia, contados de abril de 2020 a fevereiro de 2022, 314 jornalistas brasileiros morreram em decorrência da Covid-19, perfazendo uma média de 1 morte a cada 2,2 dias.
  • Os dados são do Relatório sobre jornalistas vítimas de Covid-19 no Brasil produzidos pela Federação Nacional dos Jornalistas e atualizado neste mês.

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