Há mais de uma semana a administração do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, tem sido alvo de críticas dos veículos de comunicação da família do governador Helder Barbalho. Mas, o que tem o governador a ver com isso?/Fotos:Divulgação.

Aviso aos navegantes: se os veículos de comunicação da família Barbalho continuarem produzindo “reportagens de serviços” – conforme atestam fontes consultadas pela coluna, ontem – como vêm acontecendo no caso de Ananindeua desde a semana passada, convém aos senhores prefeitos de Belém, Marituba, Benevides, Santa Isabel, Castanhal e além – aliados ou não do governador Helder Barbalho – botar as barbas de molho. Afinal, quem quer que se atreva a puxar o tapete de qualquer uma dessas prefeituras irá precisar de máscaras e luvas de proteção porque a sujeira é grande e o mau cheiro, bem maior.

Mas, seria essa a real intenção da ampla reportagem do jornal “Diário do Pará”, no último domingo, 20, centrada no Conjunto Uirapuru, bairro Icuí-Guajará, relatando problemas de saneamento básico e cobrança indevida do IPTU? Ontem, a versão online do jornal, o Dol, retomou os ataques com reportagem sobre a precariedade do funcionamento de postos de saúde no município e suas implicações na saúde da população “do segundo maior colégio eleitoral do Pará – que tem à sua frente um médico, inclusive” (sic), destaca.

Pau que dá em chico…

Como diz o povo que acompanha o Círio de Nazaré, “pau que dá em chico, dá em Francisco”. A coluna tem relatado recentes notas disparadas em coluna do jornal “O Liberal” supostamente dirigidas à Torre que abriga a administração do grupo de comunicação da família do governador, envolvendo o próprio ou o irmão dele, Jader Filho. As armas disparadas pelos dois veículos são praticamente as mesmas, com o mesmo potencial ofensivo e objetivos iguais, dependendo do que está em jogo. No caso de Ananindeua, como se sabe, há muito mais coisas em jogo do que imagina nossa vã filosofia.

Tal pai, tal filho, diz a
lenda,  mas, há divergências; ou não

O festivo “lançamento” da sanção do projeto de lei de revisão geral do funcionalismo público, promovido na última segunda-feira pelo governo do Estado, no Centur, centro de Belém, pariu mais do que o esperado. Ao se pronunciar, o governador Helder Barbalho lembrou, segundo nota de coluna do jornal da família, sua infância viajando ao lado do pai, o então governador e atual senador Jader Barbalho. Segundo Helder, “ouvia sempre os servidores públicos dizerem que “eram reconhecidos”, razão pela qual “me sinto honrado de também poder reconhecer o trabalho, a competência e dedicação dos servidores atuais, graças às condições financeiras do Estado” – foi interrompido por longos aplausos.   

Recortes da história

Para não deixar pedra sobre pedra, a coluna ouviu pessoas que atuarem na administração Jader Barbalho e pessoas que acompanharam a administração Jader Barbalho à época. Ambas são praticamente unânimes. Uma: “os reajustes eram de reposição da inflação apenas, e não ocorriam todos os anos, deixando acumular perdas salariais”. Outra: “como herança para o governador Almir Gabriel, restaram, após onze meses da gestão Jader-Carlos Santos, três meses de salários, 13º atrasados e perdas salariais acumuladas”.