Terminou a ação criminosa realizada por invasores quilombolas que mantiveram mais de 30 funcionários da empresa BBF (Brasil BioFuels) em cárcere privado, desde a sexta-feira (14) na fazenda da empresa. Na noite deste domingo (16), Polícia Militar e Polícia Civil, finalmente, cumpriram ordens do Juiz de Direito de plantão no Fórum de Acará, Dr. Giordano Grilo, que mandou desbloquear acessos à propriedade e também exigiu a libertação dos 30 colaboradores mantidos como reféns.
Ao chegar no local, a Polícia Militar dispersou os criminosos e liberou a via de acesso à Fazenda Vera Cruz, propriedade privada da empresa que já possuía ação de interdito proibitório em favor da BBF desde julho de 2022, proibindo judicialmente a presença e/ou aproximação de quilombolas e indígenas no local. A decisão contou com a presença dos envolvidos nos ataques e com as lideranças das comunidades, as quais ambos concordaram e assinaram o termo judicial à época.
A decisão, porém, não vem sendo respeitada e as invasões, roubos, ameaças e incêndios criminosos continuam, como aconteceu nesta última semana.
Na operação realizada ontem pelas equipes da Polícia, nenhum criminoso foi preso no local, mesmo com a situação de flagrante (já que os invasores mantinham os funcionários em condição de cárcere privado) impedindo as vítimas de se locomoverem e de receberem alimentação e medicamentos.
Os funcionários da BBF, mantidos como reféns pelos invasores, enviaram um pedido de socorro que circulou pelos grupos da região; leia:
“Pedido de socorro – Funcionários Fazenda Vera Cruz:
Nós colaboradores estamos à mercê de quilombolas e indígenas que nos cercaram com bloqueios e não deixam passar nossa alimentação, água, combustível a situação só piora pois o combustível suporta até hoje domingo, a alimentação acabou nós funcionários estamos dividindo merenda e não temos feito a janta pois a escassez de alimentos só aumenta não temos gás estamos usando madeira para fazer fogo, estamos dormindo em colchões no chão muitos de nós estão doentes e debilitados não temos acesso a remédios pois não deixam nem a políciamilitar passa. Pedimos apoio urgente dos órgãos competentes estamos clamando por socorro nos ajudem a sair deste local onde estamos todos os dias sendo ameaçados ficamos em cárcere privado quilombolas cercam a sede da fazenda Vera Cruz e disparam armas de fogo e atingem as dependências da fazenda tocando o terror em nós que estamos sem poder sair devido ao bloqueio, pedimos ajuda urgente não temos como resistir mais. Socorro polícia Militar”.
Ao que parece, os órgãos de segurança pública do Estado não estão preocupados em solucionar, de forma definitiva, os recorre ataques contra a empresa BBF.
Vale ressaltar que, na região de Tomé-Açu e Acará, a empresa já registrou mais de 750 boletins de ocorrência, denunciando, inclusive, agressões contra trabalhadores, tentativas de homicídio, disparos com armas de fogo e até tentativa de estupro. Além disso, no bloqueio da via foram utilizados troncos de exemplares arbóreos em extinção, configurando-se, também, crime ambiental.
Mesmo com dezenas de ofícios enviados aos órgãos de segurança, ninguém foi preso até o momento. Nomes como Paratê Tembé, Lucio Tembé, Adenisio Portilho, Josias dos Santos, Laelson Siqueira, Marques Tembé, Aoliabe Portilho, entre outros, são figurinhas carimbadas nos boletins de ocorrência, inquéritos policiais e dossiês do Ministério Público. No entanto , inexplicavelmente, o grupo continua solto, dando continuidade aos crimes.