O Tapajós quase foi rebaixado, mas o São Francisco avançou na competição. A deputada Maria do Carmo, santarena, levou o descaso à tribuna da Assembleia Legislativa por duas vezes denunciando suposto ‘tratamento diferenciado’ em desfavor das equipes/Fotos: Divulgação.

É fato que não havia nada escrito para amarrar compromissos, mas Tapajós e São Francisco fizeram todos os jogos do Parazão fora de casa e sem torcida e não tiveram o esforço reconhecido pela FPF.

As diretorias do Tapajós e São Francisco, times de futebol de Santarém, região oeste do Estado, são um poço até aqui de mágoa com a Federação Paraense de Futebol, depois de jogarem todas as partidas do Campeonato Paraense em Belém sem receber qualquer benefício extra. Sequer tiveram recursos de cota de TV e patrocínio diferenciados como compensação, jogando sem a presença da torcida, como era esperado – embora isso não tenha sido acordado – logo que a decisão foi tomada.

Não à toa, a deputada estadual Maria do Carmo, natural de Santarém, esbravejou, da tribuna da Assembleia Legislativa do Estado, por duas sessões seguidas, contra o que chamou de “tratamento diferenciado” com os times santarenos. A parlamentar atribuiu, inclusive, o fracasso do Tapajós, que por muito pouco não foi rebaixado, à permanência do time em Belém durante toda a competição. Já o São Francisco teve mais sorte e conseguiu classificação para a fase final – vai enfrentar o Cametá em jogos de ida e volta.

 “Quem muito se abaixa o fundo aparece”, como diria antigo frequentador das atividades sociais do Veterano Esporte Clube, espiando o comportamento de quem passava ladeira abaixo, rumo ao centro da cidade, ou ladeira acima, para se divertir do extinto “Trem”, casa de saliência muito frequentada naqueles tempos.

Nova competição deve
facilitar acesso à Copinha e
favorecer novos talentos

A Federação Paraense de Futebol criou uma nova competição para definir um participante do Estado para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a chamada Copinha. É a Copa Pará Sub-20, que teve início no último dia 5 e está dividida por regiões. Cada uma dessas regiões – Metropolitana, Oeste, Sul e Nordeste – terá sua própria fase de grupos e o campeão de cada etapa, mais o 2° e 3° lugares de cada uma delas, disputará a Copa Metropolitana. O campeão desta última fase terá a vaga garantida para a Copinha com todas as despesas pagas pela FPF.

Caminho das pedras

A intenção da Federação é facilitar a participação de times do interior em torneios de base da entidade, além de garantir que ao menos uma das vagas para a Copinha seja conquistada por equipes de fora da capital. Além disso, aumentam as oportunidades e a visibilidade de talentos quase sempre escondidos, dada à dimensão territorial do Estado e as longas distâncias até a capital. A próxima edição da Copa São Paulo de Futebol está prevista para janeiro do ano que vem.