Somente em Belém, a rede mantém quase dez lojas franquiadas, mas sem sinais de problemas que possam a determinar o fechamento, como teria acontecido no Rio Grande do Sul/Fotos: Divulgação-Pará Web News.

No rastro do escândalo envolvendo o rombo de R$ 40 bilhões no caso das Lojas Americanas, a rede Burger King, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, que também são grandes acionistas do grupo, começa a fechar lojas pelo País. O que se diz é que já foram para o espaço três lojas em Porto Alegre, sob a alegação de que seriam deficitárias.

Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira estão entre os dez bilionários brasileiros apontados pela revista “Forbes”, acumulando patrimônio de R$ 72 bilhões, R$ 48 bilhões e R$ 39,85 bilhões, respectivamente.

Em Belém, onde as Americanas fecharam lojas, há cerca de dez franquias da rede Burger King, considerados acionistas dentro dos critérios de mercado, até agora sem informações sobre possível fechamento. São lojas franqueadas, mas ninguém aguenta ficar bancando empreendimento sem perspectiva de resultados compensadores.

Caso Americanas

O deputado federal Eduardo Bismarck, do PDT do Ceará, apresentou, semana passada, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, requerimento de informações sobre o estado das investigações da Comissão de Valores Mobiliários acerca de denúncias relativas à manipulação ocorrida no mercado acionário nacional. De acordo com o parlamentar, o assunto causa grande preocupação.

 “Milhares de pessoas podem ter sido afetadas de alguma forma por essa suposta falha contábil, ao ver seus investimentos corroídos de uma hora para outra, fruto desse suposto risco, o que torna o caso relevante e de preocupação. Foram afetados desde grandes investidores, fundos compostos por diversas pessoas e empresas, até pequenos investidores com pequenas somas de dinheiro. É necessário o acompanhamento e compreender a extensão do dano à população brasileira”, declara Eduardo Bismarck.

Mercado afetado

No documento, o deputado solicita informações sobre os indícios de irregularidades no funcionamento das negociações de ações na bolsa de valores. “Queremos entender de que forma esse episódio pode afetar a credibilidade do mercado acionário, para então protegermos eventuais danos futuros a investidores e ao mercado como um todo, evitando que casos como esses possam vir a acontecer novamente”, pontua.

Deterioração acelerada

Desde que foi anunciado o rombo de mais de R$40 bilhões nas contas das Americanas e o início de processo de Recuperação Judicial da empresa, diversos agentes econômicos, incluindo acionistas, investidores, fornecedores e trabalhadores foram afetados. Segundo Cinthia Lamare, sócia do Cescon Barrieu na área de Reestruturação e Insolvência, essa recuperação judicial acabou surpreendendo experientes agentes de mercado e até mesmo credores sofisticados com mais intensidade do que outras.

Aplicação da lei

Outra expectativa do mercado, segundo ela, diz respeito à aplicação da Lei nº 11.101/2005, que regula os processos de recuperação judicial, extrajudicial e a falência de empresas e que passou por alterações recentes. “O caso será primeiro grande teste para diversos dispositivos recentemente introduzidos na nossa legislação falimentar, que deve ser prestigiada pelo Judiciário em nome da segurança jurídica”, destaca.