A ação de piratas volta a se intensificar a partir da região de Mosqueiro, atingindo o Marajó e áreas mais distantes, mas também chega a indústrias instaladas no Distrito de Icoaraci, onde há registro recente de assalto/Fotos: Arquivo.

Não bastassem as sérias dificuldades que assolam a pesca industrial no Pará, uma quadrilha de piratas fortemente armados volta aterrorizar barcos de pesca às proximidades da costa de Mosqueiro. Se estiverem fe partida, os barcos têm roubados equipamentos e todo suprimento de óleo diesel; quando abordados no retorno, os piratas roubam boa parte da produção de camarões e peixes, além de acessórios de navegação, sumindo na escuridão em duas “rabetas”. 

O detalhe é que até uma indústria instalada na orla de Icoaraci foi invadida e assaltada ruidosamente, semana passada, pelo que se desconfia ser o mesmo bando. Face à seletividade observada nas seis últimas ocorrências, imagina-se que o bando conta com participação de ex-funcionários e, supostamente, com informações de dentro das próprias mesmas. A Polícia Civil do Pará está investigando o caso.

Gigante da Malásia, o camarão que saiu de cativeiros no Pará

Na Ponte de Mosqueiro,
venda de camarões gigantes
chama a atenção dos consumidores

Quem cruza a ponte de Mosqueiro não tem como deixar de reparar um tipo de camarão robusto comercializado naquele espaço. Com cerca de 30 cm a 40 cm, o camarão Gigante da Malásia, espécie exótica, asiática, é fartamente pescada no Furo das Marinhas e ao longo de todo litoral paraense, segundo relatos de pescadores. A espécie, diz a versão mais aceita, vem de cultivo experimental: barragens de viveiros privados acabaram se rompendo e a criação desses animais, antes restrita ao cativeiro, chegou ao meio ambiente de água doce do estuário paraense.  Aliás, essa versão é contada há mais de 40 anos, período coincidente em que o governo do Pará incentivou intensamente a atividade aquícola através da doação de juvenis de espécies exóticas, produzidas nas estações de piscicultura, em de Terra Alta, município de Curuçá, nordeste do Estado.

Governo passa ao largo

Entre as espécies usadas na política de incentivo estavam justamente o camarão Gigante da Malásia, o camarão Tigre – segunda maior espécie de camarão mais produzida no mundo -, a carpa é a tilápia. Fato é que o registro da pesca desses animais exóticos é frequente no litoral. Mesmo em Belém é possível pescar tilápia nos canais e além encontrar o animal nas canaletas ornamentais da Praça Batista Campos, nesse caso licenciado ou permitido pela autoridade municipal. Definitivamente, as espécies já fazem parte do cotidiano da população, mas até agora não geraram pauta ambiental e política do governo, ainda que o crescimento das populações do Gigante e do Tigre no litoral paraense venha impondo a extinção do camarão regional, base da alimentação dos mesmos, segundo especialistas.