O prédio da Assembleia Legislativa do Estado começou a receber a visita de seus novos inquilinos. São 19, cada um mais interesseiro do que o outro. As visitas começaram na última quarta-feira e, como acontece desde que o mundo é mundo, chamam a atenção dos funcionários da Casa pelo tamanho do ‘olho gordo’ com que cobiçam os melhores espaços, isto é, os melhores e mais bem equipados gabinetes por onde, correndo os últimos quatro anos, ou mais, reinaram reis e rainhas, hoje depostos ou guindados a patamares mais elevados da carreira política.

Um dos gabinetes mais cobiçados e reivindicado segundo a proporcionalidade de votos obtidos nas urnas apenas sete dias atrás já dá sinais de esvaziamento e abandono. O espaço equivale a bem mais que uma quitinete – conta, além de gabinete, com banheiro privativo, sala de estar e sala de espera -, e abrigou, na alta temporada, o maior número de assessores contratados fora dos quadros da Assembleia Legislativa, sob o comando da deputada Nilse Pinheiro. É a joia da coroa em um prédio condenado pelo tempo e com data de validade vencida.

Mandato dividido

Contudo, esse não é o único gabinete que chama a atenção dos novos inquilinos. Outro espaço menos suntuoso é atração não pelo conforto ou o que o valha, mas pela placa afixada na porta de entrada e cuja inscrição (a seguir) oscila entre o bizarro, o ridículo e o deboche e manda o bom sendo para a ‘Tonga da Mironga do Kabuletê’: “Codeputada”.

Adivinhe quem é

A quem interessar possa: esse gabinete, inegociável para novos ocupantes, é ocupado pelo deputado Igor Normando, membro de três comissões na Casa, inclusive a de Fiscalização Financeira e Orçamentária, nenhum dos cargos mais importante do que o parentesco com o governador Helder Barbalho, de quem é primo. A inscrição “Codeputada” é referência à sua cadela de estimação, “Frida”, com quem o nobre deputado diz dividir o mandato, segunda a ‘Coluna do Bacana’.