O roubo de cargas não representa nenhuma novidade na Amazônia e, particularmente, nos rios do Pará. A vastidão associada à quase nula estrutura do aparato policial representa ameaça constante tanto para 3 milhões de toneladas de carga transportadas por ano na região quanto às vidas que as conduzem – e o detalhe: há meses, o mundo do crime passou a incluir os barcos de pesca industrial em seu cardápio.
Quando abordados na ida para as zonas de pesca, o foco dos piratas são 30 ou 40 toneladas do suprimento de diesel das embarcações – avaliadas em quase R$ 200 mil -, além dos apetrechos de pesca, equipamentos de navegação e rancho de bordo. Ao abordarem os barcos em seu retorno, saqueiam o resultado da faina, escolhendo a dedo seus alvos. Segundo matéria nacional da Rede Record, os prejuízos para uma única empresa da capital paraense já passam de R$ 1 milhão, no momento em que todas elas buscam reequilíbrio no mercado, depois do rombo imposto pela pandemia de Covid-19.
Seis assaltos e os mandantes
Sabe-se de seis embarcações assaltadas nos últimos dois meses, além de violenta invasão a um dos portos de descarga de peixes para roubo da carga e objetos de valor do escritório de uma empresa na Grande Belém. Ninguém ousa dizer abertamente, mas é voz corrente no setor que os assaltos teriam “a mão inteira de empresários” que emergiram no negócio pela compra e venda de parcelas da produção desviadas em alto mar por tripulantes cúmplices no esquema. Esses emergentes “armadores”, hoje donos de embarcações, estariam financiando as ações de pirataria para engordar ainda mais seus lucros, em suposta parceria com determinada e conhecida organização criminosa.
Silêncio paralisa setor
Finalmente, chama atenção o fato de que, por natural temor, as vítimas venham resistindo em fazer ocorrência policial. Ninguém fala nada e a combalida e cada vez mais inviável pesca industrial do Pará vai se transformando em terra de ninguém.
Papo Reto
- Parte da população de Ponta de Pedras, no Marajó, nega-se a participar da inauguração das obras de reconstrução do terminal hidroviário, que ainda não foram concluídas, mas o governador Helder Barbalho quer inaugurar neste final de semana, enquanto a legislação eleitoral permite.
- O final dos trabalhos está marcado para junho, quando a primeira dama irá inaugurar obras em todo o Pará, sem a presença do governador, por força da lei. Do jeito que está, o terminal não garante nem segurança, nem conforto ados usuários.
- Quando, afinal, a excelentíssima senhora presidente do Banpará vai investir na melhoria dos serviços online, que vão de mal a pior?
- O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, João Doria (foto) começou mais um giro pelo Brasil e planeja voltar a Belém.
- Nesta sexta-feira, Doria começa o dia com uma visita e oração na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém. A partir do meio-dia, visita a sede estadual do PSDB, onde almoçará com deputados e pré-candidatos.
- Belém terá, em breve, uma Política Municipal para a População Refugiada. O projeto de lei que a institui foi proposto pelo vereador Fernando Carneiro, do Psol.
- A Comissão de Relações Internacionais da OAB promoveu seminário para esclarecer dúvidas e acolher sugestões sobre o projeto.
- Aliás, o presidente da Ordem, Eduardo Imbiriba, reinaugurou na última segunda-feira a Sala da Advocacia “Dr. Octávio Ribeiro Guilhon”, no Fórum Criminal da Capital.
- Equipado com cinco baias, o espaço dispõe de computadores, impressora e câmera para audiências virtuais, além de bebedouro e fraldário.