Eventos relacionados ao campo levam o governador Helder Barbalho a Marabá, a partir de hoje, e o presidente Jair Bolsonaro a Paragominas. Prefeitos e lideranças políticas se dividem entre os dois senhores/Fotos: Divulgação.

As cidades de Marabá, sudeste, e Paragominas, nordeste do Estado, promovem eventos políticos simultâneos, nesta semana, que colocam em posição proposital e diametralmente opostas o governador Helder Barbalho e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em Marabá, a partir de hoje, acontece encontro de produtores agroindustriais, com a presença do governador, e em Paragominas, a visita do presidente na sua primeira incursão ao Pará em campanha pela reeleição. O encontro de Marabá foi organizado a toque de caixa e tem maciça participação do governo, envolvendo as secretarias de Desenvolvimento e de Turismo e a Assembleia Legislativa. De tanta pressa, a programação do evento recoloca o ex-ministro do governo militar Alysson Paulinelli como titular da pasta no atual governo federal.

Vela para dois senhores

O certo é que prefeitos e lideranças políticas, aproveitando a pouca distância entre os dois municípios, passam por Marabá desde ontem, mas hoje devem estar em Paragominas para recepcionar o presidente, acendendo vela para dois senhores e de olho nas eleições de outubro. Tanto Bolsonaro quanto Helder podem se eleger e, como têm mais dois anos e meio de mandato e precisam dos cofres públicos para tocar seus projetos, os prefeitos preferem ficar de bem com os dois.

Investimento valeu a pena?

Mas, para o governador Helder Barbalho, principalmente, o evento de Marabá será um sinalizador de quanto pode confiar nos prefeitos para sua campanha à reeleição, depois de tantos investimentos que considera ter feito nos municípios na esperança de ter palanque para chamar de seu, sem falar na ideia de esvaziar a visita de Bolsonaro.

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Jarbas Vasconcelos rebate
“desinformações” da coluna

A coluna recebeu e publica nota do ex-superintendente do Sistema Penal Jarbas Vasconcelos sob o título “Jarbas choca agentes penitenciários ao denunciar suposta infiltração do Comando Vermelho em protestos”. Veja o link:

A nota publicada na coluna de Olavo Dutra nesta terça-feira traz desinformações que precisam ser corrigidas em nome da verdade. Ela afirma que deixei o comando da Secretaria a contragosto, quando todo o Pará sabe que minha desincompatibilização é para me dedicar ao projeto da minha pré-candidatura a deputado estadual, cujo objetivo é levar ao Legislativo estadual a minha luta pela segurança pública. Acredito que tenha grandes contribuições a dar, como contribui nos três anos que estive à frente da Seap, onde acabamos com o poder das facções criminosas que, de dentro para fora das prisões, comandavam o crime em nosso Estado. Os resultados desta ação é sentido nas ruas e confirmado nas estatísticas oficiais, que apontam uma redução de 41% nas ocorrências de crimes violentos em nosso Estado.

A tal nota, sem citar qualquer fonte, atribui a mim afirmações que nunca fiz, repetindo manipulações antigas de uma frase tirada do contexto dita logo que assumi a Seap, em 2019, época que facções criminosas mandavam nas casas penais do Estado. Com muito trabalho, planejamento e inteligência, conseguimos reverter essa situação, devolvendo o comando do sistema penal para o Estado.

Estou nomeado Assessor Especial do governo do Estado à disposição da Seap e, como acompanho a elaboração da Lei Orgânica da Polícia Penal desde que surgiu essa demanda nada mais natural do que continuar a fazer parte da mesa de negociações, até pela minha proximidade com a categoria e por todos os debates qualificados que viemos travando ao longo dos últimos meses.

Para finalizar, destaco que o atual secretário de Administração Penitenciária, Samuelson Igaki, é um respeitado e experiente delegado de Polícia Civil, que dirigiu com excelência a Inteligência da Seap nos últimos anos e que foi escolhido pelo governador Helder Barbalho unicamente por sua competência e merecimento. Não temos nenhum tipo de acordo para formar “marionetes” ou qualquer coisa que o valha e quaisquer insinuações desta natureza são ridículas e irresponsáveis. Ao lado dele e sob a liderança do governador Helder Barbalho, seguirei trabalhando em prol da segurança pública, do sistema penitenciário e do Estado do Pará”.

Nota do redator: aceitamos sua manifestação, caro Dr. Jarbas Vasconcelos, embora pareça claro, na “tal nota”, a origem da informação. Claro também ficou, em uma das nossas últimas conversas, que sair candidato a deputado estadual seria o último dos seus desejos. Soldado cumpre ordens, lembra? No mais, lamentamos que o senhor não se refira, na sua manifestação, às acusações feitas diante de representantes da Polícia Penal, na reunião na Casa Civil, sobre suposta infiltração do Comando Vermelho em protestos da categoria. Para eles, aliás, sua administração não combateu, mas se aliou à facção. Por fim, quanto ao seu sucessor, dispensa apresentações para qualquer Inteligência. Está nos arquivos.