A Semana de Mobilização aprovada em assembleia geral da Associação dos Docentes da UFPA semana passada por uma unanimidade considerada “questionável” terá seu desfecho amanhã, quinta, com paralisação nacional dos servidores, mas, desde a origem, quando menos de 100 participantes da assembleia decidiram por mais de 1,5 mil ausentes, carrega o peso da dúvida, podendo ser a “mãe” de todas as mobilizações de cunho política já vistas no campus do Guamá.
Todos, menos o reitor amigo
Não à toa, a comunidade acadêmica está dividida, parte dela identificando no movimento um jogo de manipulação dos sindicatos orquestrado pelo PT, partido do reitor Emanuel Tourinho, Psol e PSTU, de olho nas eleições presidenciais. Por conveniência, a Adufpa não publica uma linha sequer sobre a Reitoria, ponto eletrônico e outras medidas “desconfortáveis” à comunidade acadêmica, mas ataca o governo Helder Barbalho e a administração do prefeito Edmilson Rodrigues na tipoia da pobreza e do desemprego.
Intolerância religiosa
A par da tentativa de retomar velhas práticas conhecidas em governos do PT, mas ignorando que a esquerda de hoje parece rachada entre si, inclusive com importantes lideranças tentando chamar à razão sindicalistas que entram em desespero a cada nova pesquisa eleitoral, a manifestação aprovada pela Adufpa carregou nas tintas ao acrescentar ao caldo menção a pastores evangélicos da base do governo federal, o que para a comunidade evangélica da UPPA sugere prática de intolerância religiosa, à luz do que deveria ser um debate democrático e justo em defesa da recomposição salarial da categoria.
Mudança de última hora
O temor de parte da comunidade universitária está nos extremos anunciados em panfletos e, outra vez, convenientemente retirados de pauta: a ameaça de fechar portões da Universidade é um delas e bem que mereceria manifestação prévia do MPF para garantir a mobilidade no campus, sem falar na suspensão do atendimento psicológico e psiquiátrico, que segue atendendo alunos, professores, servidores e até pessoas de fora e dos restaurantes universitários, que igualmente garantem almoço e jantar a centenas de estudantes diariamente.
“Panelaço da greve” chega
para atormentar prefeito de Belém
O “panelaço da greve”, referência ao movimento de trabalhadores das escolas, administrativos, serviços gerais, técnicos, merendeiras, porteiros e técnicos docentes que estão há 20 dias de braços cruzados bate à porta do prefeito de Belém, hoje, sob o comando da professora Sílvia Letícia, coordenadora do Sinttep. A pauta de reivindicações inclui pagamento de um salário mínimo no salário base do funcionalismo, que hoje recebe R$ 869,26, o reajuste no vale alimentação, melhorias nas condições de trabalho, concurso público, pagamento de triênios, eleição direta para diretores de escolas e plano de cargos unificado.
Promessa de campanha
“Esperamos que o prefeito Edmilson receba nossa categoria e negocie nossas demandas. É um absurdo que o prefeito que ajudamos a eleger, passados 14 meses de gestão, ainda não tenha sentado com nossa categoria pessoalmente para negociar. O prefeito Edmilson Rodrigues fez um compromisso em campanha com os servidores municipais e agora viemos cobrar suas promessas”, diz a professora Silvia Letícia.