O ex-prefeito Paulo Henrique Gomes, o primo e sucessor, Kaká Sena, e sua mulher, Kamily Araújo, prefeita de Pirabas: PH avalia cenários e possibilidades e esclarece dúvidas, mas é movido principalmente pela volta ao cargo/Fotos-Divulgação-Arquivo.

Guardadas as devidas proporções, ex-prefeito de Salinópolis Paulo Henrique Gomes se compara a José do Egito, o personagem bíblico, fala acenando com possibilidades – e incertezas – de assumir vaga na Câmara Federal e admite candidatura ao cargo em 2024 contra o primo Kaká Sena em entrevista à rádio Paraíso FM.

De tanto ouvir pelas ruas da cidade que estaria judicialmente impedido de concorrer à Prefeitura de Salinópolis nas eleições de 2024, o ex-prefeito Paulo Henrique Gomes, do MDB admitiu à rádio Paraíso FM, em dezembro, em entrevista de aproximadamente uma hora, que é candidato ao cargo. E por mais que tenha falado em contas aprovadas e amor pela cidade, é no incontido rancor contra o primo, ex-aliado político e atual prefeito, Kaká Sena, do PL, que reside sua maior motivação.

Em tese, a motivação não se desvanece nem mesmo ante a possibilidade de assumir vaga na Câmara Federal, em cuja disputa ficou como segundo suplente. “A possibilidade de Wagne Machado – ex-prefeito de Piçarra e primeiro suplente – assumir cadeira em Brasília é real: há expectativa de um dos eleitos assumir a Secretaria de Meio Ambiente no governo do Estado e de outro desistir da vaga porque não quer viver, por pressão da família, o vaivém entre Belém e Brasília. Então, eu teria uma cadeira e cerca de R$ 80 mil a R$ 100 mil em emendas para investir em Salinas e região”, calcula PH.

Eu tenho a força

O ex-prefeito afirma que somente um nome com a força que ele possui o faria desistir de disputar as eleições municipais. “Essa é uma possibilidade e para mim seria ideal porque eu teria, de fato, um parceiro para demandar recursos de emendas diretamente do governo federal para toda a região, sabendo que esse dinheiro seria investido”. 

Quem manda é ele

Durante a entrevista, PH denunciou suposto impedimento de instalação de novos empreendimentos em Salinópolis ‘sem o aval do prefeito’, tamanha é a influência dos empresários na gestão. Segundo ele, a própria família de Kaká Sena e um amigo do prefeito estariam comandando grande esquema de agiotagem que cobraria entre 15% e 20% de pequenos e microempreendedores na cidade. “Por isso iremos criar um fundo, caso voltemos à prefeitura, com taxas de 5% ao ano para tirar essas pessoas das amarras em que encontram”.

Ela é quem manda

Paulo Henrique também nega comandar a Prefeitura de São João de Pirabas, cidade vizinha de Salinópolis, onde a mulher dele, Kamily Araújo, do MDB foi eleita há dois anos. Sobre as obras do ‘Lago do Pedalinho’, em Salinópolis, na qual é acusado de ‘ter ficado com o dinheiro’ destinado ao projeto, PH afirma que deixou os recursos em conta e que o próprio Kaká Sena teria admitido, em vídeo publicado nas redes sociais, a veracidade da informação.

Amor, inveja e traição

Por fim, e ainda sobre ‘a traição’ política de Kaká Sena, Paulo Henrique se compare a José do Egito, cuja história bíblica no livro do Gênesis relata a falta de amor dos próprios irmãos ao venderam o caçula como escravo, tamanha era a inveja que sentiam dele.

 “Recorro a esses trechos do Livro Sagrado para mostrar que a inveja e outros sentimentos ruins estão na humanidade desde o princípio”, afirmou.